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Maduro ativa novo comando de defesa e manda recado a Trump: ‘Estamos prontos para vencer’

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ativou nesta quarta-feira, 12, os chamados “Comandos Integrados de Defesa”, uma nova estrutura que reúne “todas as instituições públicas do Estado venezuelano, a instituição militar e todo o poder popular” para fortalecer a capacidade de defesa em caso de confronto militar. A medida foi sancionada na véspera pelo líder chavista em meio à escalada das tensões entre Venezuela e Estados Unidos, reflexo da campanha americana no Caribe e Pacífico em suposto cerco ao narcotráfico.

“Se dependesse de nós, como República, como povo, pegar em armas para defender este patrimônio sagrado dos libertadores, estaríamos prontos para vencer e triunfar por meio do patriotismo e da coragem”, disse Maduro.

A novidade faz parte da Lei do Comando para a Defesa da Nação, que será implementada “em três níveis de governo: nacional, estadual e municipal”, como informou o presidente da Assembleia Nacional, Jorge de Jesús Rodríguez, nesta terça-feira, 11. A legislação, baseada na “doutrina militar” de Hugo Chávez e aperfeiçoada por Maduro, define uma estrutura organizacional e operacional para os Comandos, além de estabelecer funções voltadas tanto para a defesa nacional quanto para a manutenção da vida produtiva e dos serviços públicos no país.

A estrutura é subordinada ao Comando Operacional Estratégico das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (Ceofanb). Isso significa que a direção, supervisão e coordenação das suas atividades são responsabilidade do órgão, comandado pelo general Domingo Antonio Hernández Lárez. Os treinamentos dos soldados também serão realizados pelo Ceofanb.

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Críticas aos EUA

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir López, alegou que há divergências nas Forças Armadas dos Estados Unidos em relação ao ataque a barcos no Caribe e Pacífico — até o momento, foram 20 bombardeios, com 76 mortos. Em comentários sobre exercícios militares venezuelanos, López afirmou que as tropas americanas “estão sendo usadas como mercenários para assassinar, para matar”.

“É isso que está acontecendo no Caribe; estão matando pessoas indefesas, sejam elas traficantes de drogas ou não, executando pessoas sem o devido processo legal”, afirmou ele, acrescentando que várias nações “se manifestaram contra essa agressão que ocorre no Caribe, essa intimidação, essa ameaça, que polui as águas do Mar do Caribe com ódio, com a intenção de impor sua vontade e transformar o Mar do Caribe em um mar fechado para os interesses dos Estados Unidos”. 

Sem citar os Estados Unidos, os países da América Latina e da União Europeia (UE) destacaram a “importância da segurança marítima e da estabilidade regional no Caribe” e condenaram o “uso da força” na declaração final da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e UE divulgada neste domingo, 9.

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“Todos os dias estamos otimizando, temos realizado manobras de campanha, exercícios do Estado-Maior, exercícios de defesa costeira, exercícios de descentralização dos meios de comunicação social, exercícios de gestão de catástrofes e ainda há muito mais a fazer para continuar a otimizar o Estado Nacional, as Forças Armadas Nacionais da Nigéria (FANB), por um lado, o povo, por outro, a milícia, as agências de segurança”, disse López. 

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Tensão no Caribe

A declaração ocorre em meio à crescente mobilização militar americana na América Latina e ao aumento das expectativas de uma possível ampliação das operações na região, em atos considerados como “execuções extrajudiciais” pela Organização das Nações Unidas (ONU). O maior porta-aviões dos EUA, destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados foram despachados para o Caribe, enquanto Trump intensifica o jogo de quem pisca primeiro com o governo venezuelano.

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O republicano também revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar o presidente Nicolás Maduro. Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas — como pistas de pouso — sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico.

Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também foi acusado por Trump de ser “líder do tráfico de drogas” e “bandido”. Em paralelo, intensificam-se os ataques a barcos de Organizações Terroristas Designadas, como define o governo americano, no Caribe e Pacífico.

Para além da Celac e da UE, os incidentes geraram alarme entre alguns juristas e legisladores democratas, que denunciaram os casos como violações do direito internacional. Em contrapartida, Trump argumentou que os EUA já estão envolvidos em uma guerra com grupos narcoterroristas da Venezuela, o que torna os ataques legítimos. Autoridades afirmaram ainda que disparos letais são necessários porque ações tradicionais para prender os tripulantes e apreender as cargas ilícitas falharam em conter o fluxo de narcóticos em direção ao país.

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