Nesta segunda-feira, 10, o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) se pronunciou a respeito do show do rapper Kanye West na capital paulista, previsto para acontecer no dia 29 de novembro. “Em equipamento da prefeitura, ninguém que faça apologia ao nazismo vai tocar ou cantar”, afirmou Nunes.
A Prefeitura de São Paulo já havia emitido uma nota a respeito do veto ao show do rapper no Autódromo de Interlagos, justificando que a decisão foi tomada por não aceitarem os posicionamentos discriminatórios e polêmicos de Kanye, que recentemente se declarou ser um homem “racista, nazista e gordofóbico”.
Autor de sucessos como God Is, Monster, Can’t Tell Me Nothing e I Wonder, o cantor é responsável por uma série de declarações antissemitas e racistas, já tendo afirmado publicamente que “ama Hitler” e também lançado um single intitulado “Heil Hitler”, posteriormente banido de todas as plataformas digitais. Suas falas provocaram uma reação global, levando à perda de contratos com grandes marcas, eventos cancelados e até mesmo ao veto de seu visto australiano.
A prefeitura ainda ressaltou que “a atual gestão não compactua com qualquer conduta criminosa de apologia ao nazismo e/ou racismo e, por isso, não permitirá eventos com essa conotação em equipamentos municipais”. No comunicado escrito, a administração da capital paulista alega não ter sido informada pela produtora do artista, Ye in Brazil, sobre sua contratação para o evento quando a empresa solicitou o uso do espaço.
A produtora rebateu que foi surpreendida pelo veto, reforçando que o show se mantém confirmado. Os ingressos ainda seguem à venda normalmente no site oficial, com entradas a partir de R$ 600. “A apresentação estava programada para o Autódromo de Interlagos, com reserva formalizada, valor pago e todas as exigências legais e administrativas integralmente cumpridas. No entanto, fomos surpreendidos com a revogação unilateral do termo de cessão de uso do espaço, comunicada por e-mail na data de 08/10/2025, pela direção do autódromo”, questionou a produção.
O prefeito revelou à Folha que não conhecia o cantor antes do anúncio do show e que “fica ruim para a prefeitura alguém assumidamente nazista fazer show em São Paulo”.
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