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‘Shutdown’: falta de funcionários causa apagão aéreo nos EUA e Trump reage com ameaças

Em meio ao colapso do tráfego aéreo nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump ordenou nesta segunda-feira, 10, que todos os controladores de voo “voltem ao trabalho agora”. A paralisação do governo americano, resultado da falta de aprovação da lei orçamentária, já se estende por 41 dias e afeta uma série de funcionários federais, que deixam de receber os seus salários enquanto o “shutdown” durar. Em reflexo à escassez de profissionais, mais de 2 mil voos foram cancelados e cerca de 6 mil estão atrasados em todo país.

A crise, agravada por uma tempestade de inverno e pela decisão da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) de reduzir a capacidade de operação em 40 aeroportos, expôs o impacto econômico da paralisação, que afeta 63 mil funcionários da aviação.

“Todos os controladores de voo devem voltar ao trabalho agora! Quem não o fizer será substancialmente punido”, escreveu Trump na Truth Social, rede social da qual é dono. O presidente também prometeu um bônus de US$ 10 mil (mais de R$ 52 mil) para os profissionais que não tirarem folga durante o período do “shutdown”, sem explicar como os pagamentos seriam feitos.

O apagão aéreo atingiu especialmente os aeroportos de Chicago O’Hare, com 454 cancelamentos; Atlanta Hartsfield-Jackson, com 227; e LaGuardia, em Nova York, com 144. De acordo com o monitoramento do site FlightAware, mais de 2.100 voos foram cancelados apenas nesta segunda, um dia após terem sido registrados quase 3.000 cancelamentos e 11.000 atrasos em um dos piores dias da aviação americana desde janeiro de 2024.

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Caos nas alturas

O problema se intensificou ao longo do fim de semana, quando o número de centros de controle de tráfego com falta de pessoal chegou a 81, número recorde desde o início do “shutdown”, em 1º de outubro. Cerca de 20% a 40% dos controladores têm se ausentado diariamente, segundo a FAA. Muitos trabalham sem remuneração, obrigados a buscar empregos temporários ou ficar em casa por não poder pagar creches para seus filhos.

O presidente do sindicato nacional dos controladores de voo, Nick Daniels, respondeu às declarações de Trump durante uma coletiva de imprensa. “Nossos profissionais continuam trabalhando, mesmo sem receber. Eles merecem ser pagos e reconhecidos, não transformados em peões políticos durante o shutdown”, afirmou.

Trump, por sua vez, chamou de “grandes patriotas” os que permaneceram em serviço e criticou os que “só reclamaram”. Já o deputado democrata Rick Larsen, que supervisiona o comitê da Câmara responsável pela FAA, rebateu: “Os controladores merecem agradecimento e respeito, não ataques histéricos à sua lealdade.”

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As companhias aéreas também pressionaram o Congresso dos EUA pela reabertura imediata do governo. “O shutdown precisa terminar — e o caos que ele causa aos nossos clientes também”, disse Bob Jordan, CEO da Southwest Airlines. A American Airlines informou que mais de 250 mil passageiros foram afetados apenas no fim de semana. “Isso é simplesmente inaceitável. Todos merecem melhor”, declarou o diretor de operações David Seymour.

Mesmo antes da paralisação, a FAA já enfrentava um déficit de 3.500 controladores e vinha operando com jornadas de seis dias por semana e horas extras obrigatórias. O secretário de Transportes, Sean Duffy, confirmou que os cortes de voos devem aumentar: 6% nesta terça-feira e até 10% até o fim da semana.

 

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