O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu indultos a dezenas de aliados acusados de interferir nos resultados da eleição presidencial americana de 2020 para tentar reverter a derrota do republicano, informou um alto funcionário do Departamento de Justiça nesta segunda-feira, 10. Entre os favorecidos pelos perdões estão Rudy Giuliani, antigo advogado de Trump e ex-prefeito de Nova York, Mark Meadows, ex-chefe de gabinete da Casa Branca, e Sidney Powell, comentarista conservadora que participou de sua campanha.
Em uma proclamação datada de sexta-feira 7, Trump afirmou que a medida encerraria “uma grave injustiça nacional perpetrada contra o povo americano após a eleição presidencial de 2020 e daria continuidade ao processo de reconciliação nacional”, segundo um documento publicado no X (ex-Twitter) por Ed Martin, procurador de indultos dos Estados Unidos no Departamento de Justiça.
Breaking: President Trump pardoned the 2020 Alternative Electors.
Thank you: @POTUS for allowing me, as U.S. Pardon Attorney, to work with @WhiteHouse, along with @AGPamBondi, @DAGToddBlanche & SG John Sauer, to achieve your intent—let their healing begin. #Federalist74
pic.twitter.com/rDOtgpapCB
— Ed Martin (@EdMartinDOJ) November 10, 2025
Os indultos são em grande parte simbólicos e preventivos — não protegem os ex-assessores de Trump de processos judiciais em andamento nos âmbitos estaduais, e apenas teriam validade em tribunais federais. Atualmente, nenhum dos mencionados enfrenta acusações na esfera federal.
Rudy Giuliani
Giuliani foi uma das principais vozes nos esforços para invalidar os resultados da eleição de 2020, que viu Trump derrotado pelo presidente Joe Biden. Nas semanas seguintes ao pleito, ele fez declarações generalizadas alegando que a votação havia sido “roubada” e que a vitória do candidato do Partido Democrata foi fraudada.
O ex-prefeito de Nova York enfrentou uma série de problemas legais relacionados às suas declarações falsas. Em 2024, ele foi impedido de exercer a advocacia na cidade que comandou de 1994 a 2001, após um juiz concluir que ele havia “atacado e minado, sem fundamento, a integridade do processo eleitoral deste país”.
Um ano antes, um júri federal considerou Giuliani culpado de difamação por ter acusado duas funcionárias eleitorais no estado da Geórgia de tentar fraudar os resultados do pleito em favor de Biden. As mulheres, que disseram ter sofrido uma série de abusos e ameaças de violência em consequência do episódio, receberam uma indenização de US$ 148 milhões. O veredicto levou Giuliani a declarar falência, solicitação posteriormente rejeitada em tribunal porque o ex-advogado se recusou a cumprir obrigações de prestação de contas.
Ele também fez um acordo extrajudicial em um processo separado com a Dominion Voting Systems, empresa de tecnologia responsável por urnas de votação, que Giuliani alegou falsamente ter conspirado para fraudar o processo.
Atualmente, o antigo aliado de Trump enfrenta acusações de interferência eleitoral no Arizona, onde os promotores afirmam que ele participou de um esquema que buscava declarar o republicano vencedor do pleito de 2020 naquele estado. Parte do esforço envolvia pressionar autoridades eleitorais locais para alterar os resultados em favor de Trump, segundo os procuradores. Giuliani, que se declarou inocente, deve ir a julgamento nesse caso em janeiro.