Um levantamento da plataforma Mercado Bitcoin mostra que o número de investidores em criptomoedas no Brasil já supera o de ações em 2,5 vezes, sendo também o quinto maior mercado mundial em adoção desses ativos segundo o relatório da Chainalysis. No caso das stablecoins, o CEO da empresa, Guilherme Pimentel, destaca a praticidade, dado que funciona “como se formassem uma grande rede de PIX global — composta pela blockchain — que permite ao investidor realizar transações 24 horas por dia, sete dias por semana, de maneira quase instantânea, sem depender de contas bancárias”.
Os dados apontam que o volume negociado de stablecoins na plataforma foi aplicado em relação ao último ano. Ou seja, o percentual do total negociado pelo Mercado Bitcoin em 2025, das 10 principais criptomoedas, 25,46% do volume corresponde às stablecoins, sendo USDT, USDC e BRL1 como protagonistas dessa virada. Vale ressaltar que essas siglas representam como stablecoins negociadas: USDT é o Tether, lastreado em dólar; USDC é o USD Coin, também em dólar; e BRL1 é uma stablecoin lastreada em real.
Nesse aspecto, chama a atenção o interesse de investidores institucionais: as empresas que aplicam exclusivamente em stablecoins são vinte vezes mais importantes. O termo “importantes” refere-se ao número de empresas: há vinte vezes mais empresas que aplicam só em stablecoins do que empresas que aplicam apenas em outras criptomoedas. Isso mostra que as stablecoins têm um papel estratégico no Brasil, especialmente pela vinculação direta com moedas fiduciárias do que aquelas que investem apenas em outras criptomoedas, evidenciando o papel estratégico dos ativos atrelados a moedas fiduciárias no Brasil.
No cenário nacional, o volume financeiro dos criptoativos atingiu US$ 10 bilhões em 2024, segundo pesquisa oficial da indústria, e a projeção é chegar a 120 milhões de investidores no Brasil até 2030, com crescimento direcionado pelas stablecoins. No âmbito global, a expectativa é de uma capitalização total de US$ 9 trilhões até o final de 2025, chancelada por análises do setor e consultorias como Chainalysis.
O ambiente regulatório deve ser determinante para os próximos passos do Brasil no setor. Para consolidar essa liderança na nova economia digital, o país precisará investir em transparência, educação financeira e inovação institucional — dando boa amostra do protagonismo latino-americano na revolução financeira da mobilidade pelas criptomoedas.