O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos), e o relator, deputado federal Alfredo Gaspar (União), não pretendem pedir escolta policial nem para eles, nem para o deputado Duarte Jr (PSB-MA), vice-presidente da comissão.
Na quarta-feira, Duarte Jr registrou um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Edson Araújo. Ele conta que foi ameaçado após a comissão ter determinado a prisão de Abraão Lincoln Ferreira, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
Araújo é vice-presidente da CBPA. Durante o depoimento de Abrão Ferreira à CPMI, Duarte Jr questionou o sindicalista sobre suas relações com o deputado estadual.
“O Edson Araújo, filiado ao meu partido, recebeu quase 5 milhões de reais. Alguns desses valores foram depositados em contas de seus assessores nomeados na Assembleia. O senhor acha isso lícito? A que se deve esse depósito? Por que Edson Araújo recebeu quase R$5 milhões?”, questionou o deputado. O presidente da CBPA permaneceu em silêncio.
Além de registrar a queixa, Duarte Jr também pediu ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), proteção para ele e família. No boletim de ocorrência, o deputado federal anexou cópia de um diálogo com Araújo: “Você é um palhaço, irresponsável e incompetente. Nunca recebi nada de aposentado. Nós ainda vai (sic) nos encontrar”, disse o deputado estadual em uma mensagem.
Viana e Gaspar foram orientados por integrantes da CPMI a também solicitar um reforço na segurança. Líder do PL na Câmara, o deputado federal Sóstenes Cavalcante fez essa sugestão publicamente na quinta-feira, pouco antes do início da sessão marcada para colher o depoimento de Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e da Previdência do governo Jair Bolsonaro.
“Eu tenho mais medo de cachorro que não late. Esse, sim, morde. Duarte Jr está correto em pedir proteção para ele e a família. Digo isso porque todos nós estamos expostos. Mas ninguém é mais exposto que o presidente e o relator, que já pediram a prisão de quatro pessoas”, argumentou o parlamentar.
“Então gostaria que analisassem sobre a necessidade de vossas excelências também pedirem proteção, de forma preventiva. Vocês são alvo de muita gente, por estarem atacando interesses de gente poderosa”, completou.
Viana e Gaspar agradeceram a preocupação, mas, ao menos por enquanto, consideraram desnecessária a escolta.