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EUA mandam aviões de ataque a El Salvador em reforço ao cerco à Venezuela

Os Estados Unidos intensificaram o cerco ao Caribe através do envio de três aeronaves militares a El Salvador, um país aliado ao governo do presidente Donald Trump, mostram imagens de satélite e dados de rastreamento de voos divulgados pelo jornal americano The New York Times nesta quarta-feira, 6. Os aviões têm partido do principal aeroporto internacional salvadorenho em missões no Caribe, para onde tropas americanas foram destacadas para combater o narcotráfico sob ordens de Trump, elevando as tensões com a Venezuela.

O veículo identificou o avião de ataque AC-130J Ghostrider, projetado para destruir alvos em terra e mar por meio de mísseis ou rajadas de canhões e metralhadoras, o avião de reconhecimento P-8A da Marinha, com câmeras capazes de coletar informações nas alturas, e um jato da Força Aérea — que é raramente visto e, segundo o NYT, estava sem identificação no aeroporto desde outubro. O Ghostrider é operado pelo Comando de Operações Especiais da Força Aérea, responsável por missões sensíveis das Forças Armadas dos EUA.

Dois oficiais militares americanos, que falaram sob condição de anonimato, confirmaram ao jornal que o destacamento das aeronaves para El Salvador faz parte da campanha contra o tráfico de drogas na região. Os aviões foram encontrados pela primeira vez pelo NYT através de imagens de satélite da Base de Segurança Cooperativa de Comalapa, um pequeno posto militar dos EUA no aeroporto de El Salvador.

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Laços com El Salvador

Trata-se de um posto avançado criado em 2000, embora tenha abrigado aeronaves de vigilância da Marinha até 2022 e, desde então, tenha sido pouco utilizada. O almirante James Stavridis, ex-chefe do Comando Sul, que inclui El Salvador em sua área de operações, disse ao NYT que o posto foi usado para operações de socorro em desastres, ajuda humanitária e combate ao narcotráfico no passado.

“A base é muito, muito importante para o soft power”, afirmou ele, “mas está claramente sendo usada para o hard power hoje em dia.”

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Mensagens de rádio pública entre aeronaves militares e controladores de tráfego aéreo revelaram que o P-8A realizou pelo menos seis missões partindo de El Salvador, de acordo com o The New York Times. As outras duas, por sua vez, conduziram ao menos uma missão cada. É a primeira vez que um país estrangeiro abriga aviões americanos que podem estar envolvidos em ataques no Caribe e Pacífico, um sinal do estreitamento dos laços entre o presidente dos EUA, Donald Trump, com o seu homólogo salvadorenho, Nayib Bukele.

Em paralelo, imagens de satélite mostraram um aumento da presença aérea dos Estados Unidos na antiga Estação Aeronaval de Roosevelt Roads, perto de Ceiba, em Porto Rico, ilha caribenha que pertence aos EUA. A base, que foi reativada, também está sendo usada como área de operações avançada para a campanha militar na região. Ao mesmo tempo, 10 mil soldados americanos foram enviados ao território.

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Tensão no Caribe

Destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados foram despachados para a região, enquanto o presidente Donald Trump intensifica o jogo de quem pisca primeiro com o governo venezuelano. Na semana passada, o republicano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas — como pistas de pouso — sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico.

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Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também foi acusado por Trump de ser “líder do tráfico de drogas” e “bandido”. Em paralelo, intensificam-se os ataques a barcos na região.

Os incidentes geraram alarme entre alguns juristas e legisladores democratas, que denunciaram os casos como violações do direito internacional. Em contrapartida, Trump argumentou que os EUA já estão envolvidos em uma guerra com grupos narcoterroristas da Venezuela, o que torna os ataques legítimos. Autoridades do governo afirmaram ainda que disparos letais são necessários porque ações tradicionais para prender os tripulantes e apreender as cargas ilícitas falharam em conter o fluxo de narcóticos em direção ao país.

Em meio aos ataques, militares do alto escalão envolvidos na ampliação das operações na América Latina precisaram assinar acordos de confidencialidade (NDAs, na sigla em inglês), informou a agência de notícias Reuters na semana passada. O documento de sigilo é altamente incomum, uma vez que os oficiais já são obrigadas a proteger segredos de segurança nacional.

Três autoridades militares, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto, disseram à Reuters que não há informações oficiais sobre o número de funcionários do Departamento de Guerra dos EUA — como o Departamento de Defesa foi renomeado pelo governo Trump — que foram convidados a assinar os NDAs, nem sobre qual é seu escopo.

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