O senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da CPI do Crime Organizado, afirmou que a esquerda precisa mudar sua forma de lidar com o tema da segurança pública. Em entrevista ao programa Os Três Poderes, de VEJA, ele disse que pretende conduzir os trabalhos da comissão com equilíbrio e rejeitou o uso político das investigações.
“Não dá para confundir ser progressista com ser permissivo. É possível defender direitos humanos e, ao mesmo tempo, combater o crime com firmeza”, disse Contarato.
O parlamentar afirmou que não permitirá que a CPI vire “um palco de pirotecnia política”. Segundo ele, a prioridade será investigar a atuação de facções criminosas, milícias e redes de lavagem de dinheiro, incluindo o uso de fintechs e criptomoedas.
Eu sou do Partido dos Trabalhadores, mas tenho posição muito contundente sobre o combate à criminalidade. Não quero que essa CPI se transforme em palanque eleitoral”, destacou
Contarato reconheceu que há resistência dentro da própria esquerda em discutir o endurecimento penal, mas defendeu que o país “não pode continuar terceirizando a responsabilidade” sobre segurança pública. “A esquerda tem dificuldade em avançar nessa pauta, mas o Brasil não pode mais conviver com a impunidade”, afirmou.
Com 120 dias de prazo inicial, a CPI pretende rastrear o financiamento de organizações criminosas e propor medidas estruturais de enfrentamento. Para Contarato, o desafio será equilibrar firmeza e serenidade. “Eu acredito no poder da convergência, até entre antagônicos. É assim que a gente vai conter os excessos e produzir resultados concretos”, concluiu.