Mesmo antes de ter a sua criação aprovada pelo plenário da Câmara, a bancada cristã chegou a ganhar um espaço físico em um dos corredores do anexo 2 da Casa nesta semana.
Uma sala, antes ocupada pelo núcleo de informática do PSDB, passa por reformas e uma placa identificando como o lugar que abrigaria a bancada cristã chegou a ser colocada.
Diante da reação de aliados do presidente Lula, contrários à criação da bancada, a placa foi retirada. Nesta quinta-feira, o espaço passou a ser identificado como da Frente Parlamentar Evangélica.
A poucos metros dali, porém, uma outra placa ainda indicava que a sala 131 seria destinada à bancada cristã.
Em nota, a assessoria da Câmara dos Deputados classificou o episódio como um equívoco. “A placa ‘Bancada Cristã’ foi colocada por equívoco durante a adequação de espaço destinado à Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional no Anexo II, que até então ocupava sala no Anexo IV. O espaço anterior será destinado à Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana. O erro na identificação já foi corrigido. A adaptação da sala é realizada pela equipe permanente de manutenção da Câmara dos Deputados, sem custo adicional”.
Apesar da explicação, o episódio demonstra a força do lobby religioso na gestão de Hugo Motta, que é filiado ao Republicanos, que é comandado por Marcos Pereira.
Reforça essa leitura de que certos segmentos são mais beneficiados que outros o fato de a Comissão de Povos Originários, ao ser criada no início da legislatura, ter esperado mais de seis meses para ter um lugar para chamar de seu.
