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A nova caneta da família do Mounjaro que promete chegar à perda de 20% do peso

Depois do Mounjaro, a farmacêutica americana Eli Lilly ganhou as manchetes por pelo menos dois promissores novos medicamentos para perda de peso e tratamento da obesidade. O mais próximo de chegar às farmácias, já na fase final de estudos, é um comprimido diário, a orforgliprona. A segunda aposta é a retatrutida, uma injeção semanal de ação tripla que obteve a maior perda de peso por meio de um fármaco até o momento. Menos comentada, outra medicação inédita pede passagem nessa história: a eloralintida.

Trata-se de uma caneta aplicada uma vez por semana, a exemplo do primo Mounjaro, mas com um mecanismo de ação diferente. Ela foi testada com sucesso em um estudo recém-publicado no respeitado periódico científico The Lancet.

A eloralintida é um agonista seletivo do receptor de amilina. O que é isso? Ela mimetiza um hormônio naturalmente fabricado pelo pâncreas, a amilina. Essa substância é produzida junto à insulina, ajudando a regular a glicemia e a necessidade de energia – em outras palavras, se precisamos ou não de mais comida.

Dessa forma, o novo remédio da Lilly atua regulando a saciedade, o esvaziamento gástrico e a ingestão alimentar. Ele o faz ativando, de forma seletiva, os receptores da tal amilina lá no cérebro, onde reside nossa central que dispara os sinais de fome e saciedade.

A diferença para os análogos de GLP-1 como o Ozempic, o Wegovy e a própria orforgliprona é que esses imitam outro hormônio, que também tem receptores cerebrais, o GLP-1. O Mounjaro, por sua vez, emula tanto o GLP-1 como outra substância fabricada pelo intestino, o GIP.

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O novo estudo

Na prática, a eloralintida demonstrou seu potencial na perda de peso em um estudo realizado em 46 centros médicos americanos, envolvendo, ao todo, 263 pacientes adultos com obesidade ou sobrepeso com comorbidades (diabetes, hipertensão…).

A pesquisa comparou doses subcutâneas semanais (de 1 mg a 9 mg) e esquemas de escalonamento da droga com canetas que continham placebo – um modelo usual nos ensaios clínicos – ao longo de 48 semanas.

Os resultados mostraram reduções de peso dependentes da dose, com perdas médias de até 20% da massa corporal no grupo que tomou 9 mg, frente a 0,4% no grupo do placebo.

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A eloralintida foi geralmente bem tolerada, com náusea e fadiga como as reações adversas mais comuns. Os autores do trabalho destacaram, na conclusão, o efeito significativo e animador para o tratamento da obesidade.

“É um resultado clínico muito robusto, haja vista as reduções de peso de até 20%”, comenta o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da USP de Ribeirão Preto que não está ligado ao estudo.

“O ponto é que o potencial dessa medicação na perda de peso pode ser ainda maior, considerando que os agonistas de amilina teriam um efeito sinérgico com a família dos agonistas de GLP-1, caso da semaglutida do Ozempic e da tirzepatida do Mounjaro”, afirma.

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De fato, a Lilly já conduz um estudo para avaliar o impacto do uso da eloralintida junto ao Mounjaro em pessoas com obesidade e sobrepeso sem diabetes. É possível que a ação em dose dupla resulte em perdas de peso superiores às drogas isoladas.

+ LEIA TAMBÉM: Wegovy em comprimido demonstra eficácia das canetas

Pílula mais próxima da realidade

Em setembro deste ano, numa pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine, a orforgliprona obteve reduções de mais de 10% do peso corporal, sendo que um número expressivo de pacientes chegou a perder 20% ou mais do peso – resultado próximo do próprio Mounjaro.

O estudo multicêntrico, que contou com a participação de médicos e voluntários brasileiros, testou a nova medicação de uso oral do laboratório americano – um agonista de GLP-1, a exemplo da concorrente semaglutida, da Novo Nordisk – entre 3 127 pessoas acima do peso, na comparação com o placebo.

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Os resultados satisfatórios indicam que a pílula prima do Mounjaro está mais perto de virar realidade. Acredita-se que a submissão às agências regulatórias seja feita entre o final de 2025 e o início de 2026.

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