O comunicado veio recheado de economês, mas o tom foi o mesmo, a manutenção da taxa selic em 15% ao ano, maior nível em quase 20 anos.
O BC avisou, com a elegância de quem não tem pressa: o freio continua puxado — e quem quiser crescimento vai ter que esperar sentado.
O comunicado soa como aquele “não é não” polido que o mercado já aprendeu a decifrar. Ao falar em política “contracionista” e “horizonte prolongado”, o Banco Central mostra que vai continuar firme, mesmo com o governo torcendo o nariz. É um texto cheio de adjetivos que cheiram a prudência, mas também a resistência.
Por trás do economês, há um toque de ironia institucional: o BC promete estabilidade num país que adora urgência. E faz isso com frieza cirúrgica — reafirma independência, justifica juros altos e se blinda do calor político com a serenidade de quem sabe que, no fim, quem grita mais nem sempre tem razão.
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