O Ibovespa abriu nesta quarta-feira (05) em queda, operando na faixa dos 150 000 pontos, em um dia de cautela nos mercados. Os investidores acompanham de perto a decisão sobre a taxa básica de juros do Banco Central e a divulgação de uma série de balanços corporativos no fim do dia, enquanto o ambiente internacional é marcado por uma liquidação nas ações de tecnologia.
O Comitê de Política Monetária (Copom) encerra hoje sua reunião, e a expectativa predominante é de manutenção da Selic em 15%. A atenção, no entanto, se volta ao comunicado que acompanhará a decisão, principalmente às indicações sobre o momento em que poderá ter início um novo ciclo de cortes. As próximas reuniões do colegiado estão previstas para dezembro, janeiro e março.
Além da pauta doméstica, os mercados também acompanham o início do julgamento na Suprema Corte dos Estados Unidos sobre as tarifas comerciais impostas durante o governo Donald Trump. “O mercado deve operar nesta quarta-feira de olho em dois assuntos principais: o julgamento sobre as tarifas de Trump e a decisão sobre os juros no Brasil”, avalia Felipe Cima, especialista da Manchester Investimentos. “Isso traz uma apreensão sobre a questão fiscal americana. Acho que esses dois pontos acabam pesando”, completa o analista.
No campo político, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até 5 mil reais mensais. Em paralelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda em Belém, com reuniões bilaterais, incluindo um encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Entre as companhias que divulgam resultados do terceiro trimestre estão Axia (ELET3), Engie (EGIE3), Minerva (BEEF3), Rede D’Or (RDOR3), Totvs (TOTS3) e Vivara (VIVA3). O GPA (PCAR3) iniciou o pregão em baixa de 1,85%, refletindo o balanço divulgado na véspera, enquanto o Itaú (ITUB4) recuava 1,30% após a publicação dos resultados. Já entre os grandes bancos, o desempenho era misto: Santander (SANB11) subia 0,28%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) registravam quedas de 0,18% e 1,6%, respectivamente.
Cenário internacional
No exterior, o dólar operava em alta às 10h30, negociado a 5,40 reais, em meio à aversão global ao risco. A forte correção nas ações de tecnologia elevava a volatilidade dos mercados a níveis não vistos desde abril, aumentando a busca por ativos considerados seguros, como ouro e títulos soberanos. Em Nova York, o Dow Jones Futuro caía 0,03%, o S&P 500 Futuro recuava 0,15% e o Nasdaq Futuro perdia 0,29%.
Nos Estados Unidos, o relatório da ADP indicou a criação de 42 mil vagas no setor privado em outubro, após revisão positiva do dado de setembro para 29 mil. O resultado abaixo das expectativas reforçou a percepção de desaceleração do mercado de trabalho e pode fortalecer apostas de uma política monetária mais branda pelo Federal Reserve nos próximos meses.