June e John (June and John, Estados Unidos, 2025. Em cartaz no país)
John (Luke Stanton Eddy) é um solitário trabalhador de colarinho branco, cujos dias são ocupados por burocracias tediosas e tentativas frustradas de se conectar a novas pessoas em meio à frieza do mundo digital. Tudo muda quando seu caminho se cruza com o de uma jovem de madeixas coloridas no metrô. Errática e obsessiva, June (Matilda Price) o desafia a tomar qualquer caminho em nome do amor — inclusive o da contravenção à lei, ao fazer do pacato John seu cúmplice quando invade a firma dele, ameaça seu chefe, rouba dinheiro e foge com o rapaz rumo a uma vida de bandoleiros. Tendo criado femmes fatales excêntricas em Nikita — Criada para Matar (1990) e O Quinto Elemento (1997), o diretor francês Luc Besson transpõe o arquétipo para o mundo comum e assim concebe uma espécie de Bonnie e Clyde da era conectada. Para rodar a trama em 2020, no auge da pandemia, Besson decidiu captar imagens só com celulares e equipe reduzida — decisão que não só realça o turbilhão do casal, como torna os tons vibrantes e as encenações cheias de tensão mais impressionantes.