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Brasil reduz desmatamento na Amazônia em 11% mesmo após incêndios recordes

O desmatamento na Amazônia caiu 11,1% entre agosto de 2024 e julho de 2025, mesmo após uma temporada de incêndios florestais sem precedentes e uma das secas mais severas já registradas na região. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o levantamento, a floresta perdeu 5.796 km² no período — o equivalente a quase quatro vezes a área da cidade de São Paulo. O número representa a terceira menor taxa anual de destruição desde 1988, quando começou o monitoramento por satélite.

A redução vem após um ciclo de alta durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), quando o desmatamento atingiu o maior nível em 15 anos. Desde então, a tendência tem sido de queda contínua, impulsionada por maior fiscalização, retomada de políticas ambientais e acordos de cooperação internacional.

Apesar da boa notícia, o avanço das queimadas ainda preocupa. Em 2024, os incêndios devastaram uma área equivalente ao território da Costa Rica, um aumento de 526% em relação ao ano anterior. O fenômeno foi potencializado pela estiagem extrema associada às mudanças climáticas.

Nem toda área queimada, no entanto, é considerada desmatada. O Inpe classifica como desmatamento apenas os locais que perderam mais de 70% da vegetação original. Regiões parcialmente afetadas entram na categoria de floresta degradada, que pode — em alguns casos — se regenerar naturalmente ao longo dos anos. Esse potencial de regeneração é um dos principais ativos ambientais do país: estima-se que, se devidamente restauradas, áreas degradadas da Amazônia possam capturar milhões de toneladas de carbono e recuperar serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do regime de chuvas.

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A divulgação dos novos dados ocorre a menos de duas semanas da COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém (PA). O evento deve reunir cerca de 30 mil participantes entre chefes de Estado, cientistas e ativistas ambientais.

O governo brasileiro chega à cúpula com a meta de zerar o desmatamento líquido até 2030 — promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para financiar ações de conservação e restaurar áreas florestais, o país aposta no Fundo Tropical “Florestas para Sempre”, lançado neste ano com apoio de nações europeias e bancos multilaterais. O fundo tem como objetivo remunerar países tropicais que preservam suas florestas, criando um mecanismo permanente de incentivo à conservação e à bioeconomia.

Com os números mais recentes, o Brasil tenta reforçar sua posição como liderança global na agenda climática, mostrando que é possível conter o desmatamento mesmo diante de condições adversas — e transformando a Amazônia em símbolo de recuperação ambiental e de um novo modelo econômico baseado na floresta em pé.

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