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Operação no Rio: narrativa nas redes é desfavorável a Lula, aponta estudo

A repercussão nas redes sociais da operação policial que resultou em 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, foi majoritariamente de tom conservador e punitivista e crítica ao comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área da segurança pública, segundo monitoramento feito pela empresa Brandwatch.

De acordo com o levantamento, que englobou 306.370 menções, que teve um alcance de 511 milhões de visualizações, comentários e compartilhamentos, 69% das publicações foram desfavoráveis a Lula, outras 23% foram favoráveis e 8% foram consideradas neutras.

A crítica mais comum (34%) foi no sentido de que o governo Lula é conivente com o crime, com referências à frase do presidente, dita na semana passada, que “traficantes são vítimas dos usuários” e a uma suposta proteção de criminosos e do enfraquecimento da polícia. Termos como “defende bandidos”, “enfraquece as polícias” e “desautoriza governadores” foram frequentes nas publicações.

Também foi registrado um percentual expressivo de comentários (18%) exaltando a posição do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), definido como “herói”, “homem de ação” e “único que enfrenta o crime”, em contraposição a Lula, retratado como fraco, omisso ou preocupado apenas com política.

Houve ainda referências a uma suposta” mentira” do governo sobre a decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no estado (10%), medida que permitiria a utilização das Forças Armadas no combate ao crime –  e pedidos por “leis mais duras” (7%).

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Em resumo, as narrativas desfavoráveis a Lula reforçaram a posição de “bem contra o mal”, na qual Castro e as polícias representam ação e coragem, e Lula e a esquerda simbolizam inação, conivência e desordem.

Favoráveis a Lula

Entre as narrativas favoráveis a Lula, estão a de que a ação de Castro foi uma “chacina” e “uso político da violência” (14%). O presidente da República é defendido como vítima de um jogo eleitoral de direita, em que Castro e bolsonaristas explorariam mortes para inflar a pauta da segurança. Há muitos posts enfatizando que a operação da polícia fluminense foi “mal planejada”, “eleitoreira” e “sem inteligência”.

Também há um contingente expressivo de publicações dizendo que Castro mentiu sobre o pedido de ajuda das Forças Armadas ao governo federal (5%) e que a culpa pela situação de insegurança no Rio de Janeiro é da “política fluminense, não da União” (3%). Publicações lembram que o problema é histórico, estadual e policial, e não do governo federal.

Há, ainda, 1% de posts que associam o bolsonarismo e uma suposta cultura de extermínio da direita à política de segurança de Cláudio Castro.

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