A Defensoria Pública do Rio de Janeiro protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para garantir o acesso de sua equipe técnica ao Instituto Médico-Legal (IML) do Rio, onde os corpos da megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão passam por análise. O requerimento foi endereçado, nesta quinta-feira, 30, ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas. A Defensoria espera conseguir autorização para acompanhar as perícias oficiais.
A presença do órgão seria para colaboração e qualificação da perícia, sem caráter de responsabilização: “O controle que a gente quer é enriquecer a apuração, com o olhar de outros peritos, que podem trazer análises distintas, vez que muitos locais não foram preservados, embora assim exija o STF na ADPF das Favelas”, afirma a coordenadora do Núcleo de Investigação Defensiva, Rafaela Garcez, ressaltando ainda a importância do acesso antes dos sepultamentos. “O corpo dessas pessoas é que vai dizer o que efetivamente ocorreu. E, para isso, nós precisaríamos ter acesso a esses corpos. A quem vale impedir o acesso da Defensoria? Para quem busca transparência e contenção de más práticas, não faria sentido impedir nossa presença”, argumenta.
A Defensoria colocará seus especialistas à disposição das famílias dos mortos para eventual elaboração de pareceres independentes.
