Nos anos 1990, poucas personagens eram tão conhecidas na TV quanto a Carrie Bradshaw da série Sex and the City, vivida por Sarah Jessica Parker, símbolo do afortunado estilo de vida nova-iorquino. Naquela época, a geração Z estava apenas engatinhando, tal qual o universo das redes, que agora deram de apontar o dedo para Carrie — tudo com aquela fúria de quem está pronto para cancelar alguém. A razão seria o fato de ela ser “tóxica”, disseminadora de padrões de beleza e de consumo que por nada sobrevivem ao filtro do politicamente correto. Aí a própria Sarah, hoje com 60 anos, entrou em cena para tentar se livrar do carimbo woke. “Carrie é uma anti–heroína moderna. Prefiro essa descrição a qualquer outra, porque permite que mulheres sejam tão masculinas quanto os homens já foram”, pronunciou-se. Suas jovens detratoras, porém, não se sensibilizaram e seguem a toda, na terrível roda do cancelamento.
Com reportagem de Giovanna Fraguito, Nara Boechat e Paula Freitas
Publicado em VEJA de 13 de junho de 2025, edição nº 2948