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Altos militares dos EUA assinaram acordo de sigilo sobre operações na América Latina, diz agência

Altos militares dos Estados Unidos envolvidos na ampliação das operações na América Latina precisaram assinar acordos de confidencialidade (NDAs, na sigla em inglês), informou a agência de notícias Reuters nesta quarta-feira, 29. A medida ocorre em meio ao cerco do presidente dos EUA, Donald Trump, ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico. Foram registrados 13 ataques americanos a barcos que supostamente transportavam drogas na região, incluindo bombardeios na costa da Venezuela e da Colômbia.

O documento de sigilo é altamente incomum, uma vez que os oficiais já são obrigadas a proteger segredos de segurança nacional. Três autoridades militares, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto, disseram à Reuters que não há informações oficiais sobre o número de funcionários do Departamento de Guerra dos EUA — como o Departamento de Defesa foi renomeado pelo governo Trump — que foram convidados a assinar os NDAs, nem sobre qual é seu escopo.

O Pentágono passou a adotar a prática desde que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, assumiu o cargo em janeiro. Em uma série de decisões polêmicas, Hegseth ordenou que a equipe do departamento pedisse permissão antes de interagir com membros do Congresso dos EUA, mostrou um memorando de 15 de outubro. Ele também iniciou investigações sobre vazamentos e exigiu que jornalistas baseados no Pentágono assinassem uma nova política de acesso à imprensa. Aqueles que se recusaram tiveram as credenciais revogadas.

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Escalada das tensões

As mudanças ocorrem em meio ao aumento da presença militar americana no Caribe. Destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados foram despachados para a região, enquanto Trump intensifica o jogo de quem pisca primeiro com o governo venezuelano. Na semana passada, o republicano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar o presidente Nicolás Maduro.

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Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também foi acusado por Trump de ser “líder do tráfico de drogas” e “bandido”. Em paralelo, intensificam-se os ataques a barcos na região. Segundo informações do governo americano, 57 pessoas foram mortas nas operações. O último episódio ocorreu nesta terça-feira, 28, em águas internacionais no Pacífico.

Os incidentes geraram alarme entre alguns juristas e legisladores democratas, que denunciaram os casos como violações do direito internacional. Em contrapartida, Trump argumentou que os EUA já estão envolvidos em uma guerra com grupos narcoterroristas da Venezuela, o que torna os ataques legítimos. Autoridades do governo afirmaram ainda que disparos letais são necessários porque ações tradicionais para prender os tripulantes e apreender as cargas ilícitas falharam em conter o fluxo de narcóticos em direção ao país.

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