O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), criticou duramente a operação policial feita pelo governo do Rio de Janeiro que deixou dezenas de mortos em confrontos com o Comando Vermelho, na zona norte da capital. Em entrevista ao Amarelas On Air, de VEJA, o parlamentar afirmou que “faltou inteligência” na ação e que poderia ter sido diferente, caso estivesse em vigor a PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo federal.
“Uma operação com mais de 60 mortos, inclusive civis, não pode ser considerada bem-sucedida. Uma operação inteligente prende bandidos e salva inocentes”, disse Randolfe.
O senador rebateu as declarações do governador Cláudio Castro que afirmou ter tido ajuda recusada por parte do governo federal. Segundo ele, a Força Nacional está à disposição do estado desde outubro de 2023 e sequer foi acionada.
“A Força Nacional está atuando no Rio desde o primeiro ano do governo Lula. Ela poderia ter participado, mas não foi chamada. Essa versão de que o governo federal se omitiu não é verdadeira”, afirmou.
Randolfe também criticou o posicionamento de Castro e de outros governadores aliados da oposição, como Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), que se opõem à PEC da Segurança Pública — proposta que, segundo o senador, ampliaria a capacidade da União no combate ao crime organizado.
“Se a PEC já estivesse em vigor, essa ação teria contado com a cooperação e a inteligência da Polícia Federal, além da coordenação de outras forças de segurança nacionais”, declarou.
A proposta, de autoria do deputado Mendonça Filho (União-PE), está parada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Ela prevê que o governo federal possa atuar de forma direta ou cooperativa em operações contra facções criminosas — atribuição que hoje cabe apenas aos estados.
Para Randolfe, a resistência dos governadores tem motivação política:
“Os mesmos governadores que criticam o governo Lula são os que impedem a aprovação de uma medida que salvaria vidas e traria mais eficiência no combate ao crime. Não é coerente defender segurança pública e ao mesmo tempo bloquear um instrumento que permitiria uma ação mais coordenada.”
Veja a entrevista na íntegra.
