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Banco central dos EUA reduz juros em cenário inédito

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 3,75% e 4%. A decisão já era amplamente esperada: segundo a ferramenta FedWatch, 97,8% do mercado apostava nesse movimento.

“O Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato e considera que os riscos de queda no emprego aumentaram nos últimos meses”, informou o Fed em comunicado. A autoridade monetária acrescentou que continuará “monitorando as implicações das novas informações para as perspectivas econômicas” e que “estará preparada para ajustar a política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance de seus objetivos”.

O corte, porém, ocorre em um contexto atípico. É a primeira vez na história que o Fed reduz os juros sem acesso a indicadores vitais, como inflação e dados de emprego, em razão do shutdown do governo americano, que já dura 29 dias. A paralisação iniciada em 1º de outubro suspendeu a atualização de órgãos como o Bureau of Labor Statistics (BLS) e atrasou, e até cancelou, a divulgação de indicadores-chave.

A decisão também não foi unânime. Stephen I. Miran votou por um corte mais agressivo, de 0,5 ponto percentual, enquanto Jeffrey R. Schmid defendeu a manutenção das taxas.

O dilema do Fed reflete seu duplo mandato: controlar a inflação e promover o pleno emprego. De um lado, a inflação, embora ainda acima da meta de 2%, vem mostrando sinais de arrefecimento. De outro, o mercado de trabalho começa a perder fôlego, com leve alta na taxa de desemprego e desaceleração nas contratações. O corte, portanto, é uma aposta calibrada para sustentar a atividade econômica e evitar uma deterioração mais profunda do emprego, mesmo que isso implique tolerar uma inflação um pouco mais alta por mais tempo.

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