O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que agentes de inteligência da Polícia Militar do Rio fizeram um contato prévio, sem revelar a data, com a unidade local da PF para sondar a possibilidade de atuação conjunta na megaoperação que viria a ser deflagrada nesta terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão, resultando em mais de 100 mortes.
Em entrevista depois de reunião com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, Rodrigues afirmou que o responsável pela unidade da PF no Rio informou seu “contato operacional” na inteligência da PM fluminense que seguiria seu trabalho de investigação e inteligência. “Naquela operação, que é do estado, com mais de 100 mandados, não teríamos nenhuma atribuição legal para participar”, acrescentou.
Diante dos questionamentos de jornalistas sobre se o governo Lula teria, de fato, sido comunicado com antecedência sobre a operação ordenada pelo governador Cláudio Castro, o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) interveio e declarou que a comunicação sobre uma operação do porte da realizada no Rio “tem que se dar ao nível das autoridades de hierarquia mais elevada”.
“Se fosse uma operação que exigisse a interferência do governo federal, o presidente da República deveria ter sido avisado. Ou o vice-presidente, que estava no exercício da Presidência, ou o ministro da Justiça e Segurança Pública ou, até, o próprio diretor-geral da Polícia Federal”, cobrou Lewandowski.
