O acordo entre os Estados Unidos e o Japão para garantir o fornecimento de terras raras e outros minerais estratégicos, em meio à crescente tensão com a China, posiciona o Brasil no cenário. Isso porque o país desponta como peça-chave. Com cerca de 23% das reservas conhecidas de terras raras, o Brasil é o segundo maior detentor mundial, atrás apenas da China, mas ainda produz menos de 1% do total global. O governo avalia incentivos fiscais e garantias financeiras para ampliar a produção e atrair investimentos. O Brasil pode virar elo estratégico nas novas cadeias de suprimento que buscam independência da China, e usar as terras raras como moeda de troca nas negociações do tarifaço.
O pacto entre Donald Trump e Sanae Takaichi foi assinado esta semana, e tem caráter geopolítico e econômico: busca diversificar cadeias de suprimento dominadas por Pequim e proteger setores de alta tecnologia — dos carros elétricos aos armamentos. O gesto ocorre às vésperas de novo encontro entre Trump e Xi Jinping, e sinaliza que o tema passou a integrar a agenda de segurança nacional americana.
A China, que controla entre 70% e 80% da produção e refino global desses elementos, restringiu recentemente exportações, ampliando a pressão sobre Washington. A reação americana inclui sanções e parcerias estratégicas com aliados asiáticos e ocidentais, transformando o setor de mineração em uma frente de disputa geopolítica. As terras raras, como neodímio, cério e lantânio, são vitais para produtos de alta tecnologia e para a transição energética global.
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