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Superávit comercial cai 17% no ano, mas Lula aposta em reaproximação com EUA para aliviar tarifaço

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 50,41 bilhões no acumulado do ano até outubro, uma queda de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 28, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O resultado foi influenciado principalmente pelo avanço mais forte das importações, que subiram 8%, para US$ 232,40 bilhões, em comparação ao aumento de 2,4%nas exportações, que totalizaram US$ 282,81 bilhões. O movimento indica que o consumo e o investimento internos começam a se reaquecer, mas também pressiona o saldo comercial, que havia atingido recordes históricos em 2023.

No mês de outubro, o país registrou superávit de US$ 4,93 bilhões, alta de 47,3% sobre o mesmo mês do ano anterior. A corrente de comércio mensal teve leve expansão de 1,1%, para US$ 45,11 bilhões. As exportações cresceram 4,4%, somando US$ 25,02 bilhões, enquanto as importações caíram 2,6%, totalizando US$ 20,09 bilhões.

O desempenho do mês foi novamente sustentado pelo agro e pela indústria extrativa, que compensaram o enfraquecimento da indústria de transformação. Até a quarta semana de outubro, a agropecuária registrou avanço de 20,2%, com US$ 5,52 bilhões em embarques, impulsionada pela soja, milho e carnes. A indústria extrativa cresceu 8,1%, para US$ 5,59 bilhões, refletindo o aumento das exportações de minério de ferro e petróleo. Já a indústria de transformação recuou 2%, para US$ 13,76 bilhões, impactada pela desaceleração de economias parceiras e pelas barreiras tarifárias. Especialistas avaliam que o setor industrial tem sido o mais afetado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos desde agosto, em especial nos segmentos de aço, alumínio, calçados e café processado.

Diplomacia econômica em marcha

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O tema foi um dos principais pontos da conversa entre Lula e Donald Trump durante o recente encontro entre os líderes na Malásia. Segundo interlocutores do governo, a equipe econômica brasileira tenta abrir um canal técnico de negociação com o Departamento de Comércio dos EUA para discutir a revisão de parte das tarifas.

Embora o superávit siga elevado em termos históricos, o recuo de dois dígitos no acumulado do ano acende alerta em Brasília. Analistas apontam que o resultado reflete uma combinação de fatores externos e internos: a desaceleração chinesa, o aumento das importações de combustíveis e insumos industriais e o efeito das tarifas americanas, que reduziram o apetite da indústria exportadora.

Para o governo, a prioridade é preservar o dinamismo do comércio exterior enquanto avança nas frentes diplomáticas. A expectativa é que um eventual acordo parcial com os EUA possa aliviar o impacto do tarifaço e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado norte-americano, o segundo maior destino das exportações nacionais.

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