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Bill Gates diz que mudanças climáticas ‘não levarão à extinção da humanidade’

O fundador da Microsoft, Bill Gates, disse nesta terça-feira, 28, que as mudanças climáticas “não levarão à extinção da humanidade”. Em relatório surpreende, que ignora alertas de outros cientistas sobre os riscos do aquecimento global, o bilionário alegou que “a perspectiva catastrófica está fazendo com que grande parte da comunidade climática se concentre demais em metas de emissões de curto prazo, desviando recursos das coisas mais eficazes que deveríamos fazer para melhorar a vida em um mundo em aquecimento”.

“Felizmente para todos nós, essa visão está errada”, afirmou ele, ao abordar a “visão apocalíptica das mudanças climáticas”. “Embora as mudanças climáticas tenham consequências graves — especialmente para as pessoas nos países mais pobres —, elas não levarão à extinção da humanidade. As pessoas poderão viver e prosperar na maioria dos lugares da Terra em um futuro próximo. As projeções de emissões diminuíram e, com as políticas e os investimentos certos, a inovação nos permitirá reduzir as emissões muito mais.”

Em outro momento, Gates indicou que “ainda não é tarde para adotar uma visão diferente e ajustar nossas estratégias para lidar com as mudanças climáticas”. Ele também mencionou a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025. Ele define o evento como “um excelente ponto de partida, especialmente porque a liderança brasileira da cúpula está colocando a adaptação climática e o desenvolvimento humano em alta na agenda”. 

“Esta é uma oportunidade para nos concentrarmos na métrica que deveria contar ainda mais do que as emissões e as mudanças de temperatura: melhorar vidas. Nosso principal objetivo deve ser prevenir o sofrimento, especialmente para aqueles que vivem nas condições mais difíceis e nos países mais pobres do mundo”, continuou o empresário.

“Embora as mudanças climáticas prejudiquem mais os pobres do que qualquer outra pessoa, para a grande maioria delas não será a única, nem mesmo a maior, ameaça à sua vida e bem-estar. Os maiores problemas são a pobreza e as doenças, como sempre foram. Entender isso nos permitirá concentrar nossos recursos limitados em intervenções que terão o maior impacto para as pessoas mais vulneráveis”, disse.

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Resposta aos críticos

Gates também reconheceu que “alguns defensores do clima discordarão” da sua interpretação e o chamarão de “hipócrita” devido à sua pegada de carbono — que ele fez questão de destacar que compensa “totalmente com créditos de carbono legítimos” ou enxergarão o relatório como “uma maneira sorrateira de argumentar que não devemos levar as mudanças climáticas a sério”.

“Para ser claro: a mudança climática é um problema muito importante. Ela precisa ser resolvida, assim como outros problemas como a malária e a desnutrição. Cada décimo de grau de aquecimento que evitamos é extremamente benéfico, pois um clima estável facilita a melhoria da vida das pessoas”, salientou o magnata.

Ele também pontuou que “às vezes, o mundo age como se qualquer esforço para combater as mudanças climáticas valesse tanto quanto qualquer outro” e “como resultado, projetos menos eficazes estão desviando dinheiro e atenção de esforços que terão maior impacto na condição humana: ou seja, tornar acessível a eliminação de todas as emissões de gases de efeito estufa e reduzir a pobreza extrema com melhorias na agricultura e na saúde”.

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“Em suma, mudanças climáticas, doenças e pobreza são problemas graves. Devemos lidar com eles na mesma proporção do sofrimento que causam. E devemos usar dados para maximizar o impacto de cada ação que tomamos”, concluiu.

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Mudanças climáticas

Em setembro, um relatório da World Weather Attribution (WWA, na sigla em inglês), uma iniciativa científica internacional, advertiu que a ventania e as condições quentes e secas, que impulsionaram um dos piores incêndios florestais na Península Ibérica no mês anterior, têm 40 vezes mais chances de se repetirem devido às mudanças climáticas. Dados analisados por 13 cientistas apontaram que as condições extremas devem acontecer de novo a cada 15 anos, enquanto há previsão de ondas de calor tórridas a cada 13 anos.

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As ondas de calor, segundo o estudo, aconteceriam uma vez a cada 2.500 anos se não houvesse aquecimento global. Para chegar aos resultados, os pesquisadores examinaram a “Classificação Diária de Severidade” (DSR), uma métrica que considera temperatura, umidade, velocidade do vento e chuva para calcular a intensidade de um incêndio florestal e qual será o grau de dificuldade para controlá-lo.

Hoje, o clima é 1,3°C mais quente em comparação aos níveis pré-industriais. Alimentados por ventos fortes, pela vegetação seca e por uma onda de calor que se estendeu por 16 dias, incêndios florestais queimaram mais de 1 milhão de hectares de terra na União Europeia (UE) de junho até agosto, uma área equivalente a duas vezes o Distrito Federal.

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