A reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na Malásia, continua repercutindo entre o governo e a oposição — e, na visão de bolsonaristas, a ausência do presidente brasileiro em uma foto significa um gesto “simbólico” que pode indicar a cobrança do presidente americano sobre a democracia brasileira. No entanto, segundo a própria publicação da Casa Branca, trata-se de um registro apenas da cúpula da Asean com os EUA. Na foto oficial, o petista aparece no centro.
Em entrevista ao Ponto de Vista, programa de VEJA, o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), vice-líder da oposição na Câmara, afirmou que a exclusão de Lula do registro com outros chefes de Estado é “emblemática” e pode revelar condicionantes impostas por Trump ao governo brasileiro.
“Na foto oficial, Lula não estava. Isso é simbólico. Alguma razão há para que o presidente do Brasil, a 10ª economia do mundo, não apareça ao lado de Donald Trump e de outras lideranças globais. Na minha observação, é possível que Trump tenha condicionado o avanço das relações bilaterais a uma prova concreta de que o Brasil é, de fato, uma democracia”, disse Sanderson.
Sanderson levantou a hipótese de que, nos bastidores, Trump possa ter cobrado explicações sobre a prisão de Jair Bolsonaro.
“Pode ser que Trump tenha dito: tudo bem, vamos retomar as relações comerciais, mas prove ao mundo que o Brasil é uma democracia. Por que o principal adversário político do governo está preso?”, afirmou o deputado.
Para o deputado, o encontro Lula-Trump, ainda que cercado de dúvidas, deixa um recado claro: “Mais do que uma foto, o mundo quer ver o Brasil provar que respeita as liberdades e a justiça”, concluiu.
