Dez pessoas foram a julgamento nesta segunda-feira, 27, sob acusações de participarem de uma campanha de assédio online contra a primeira-dama da França, Brigitte Macron, através de “comentários maliciosos” sobre o gênero da esposa do presidente Emmanuel Macron. A audiência ocorre apenas três meses após o líder francês e Brigitte moverem um processo de difamação contra a podcaster de extrema direita Candace Owens em Delaware, nos Estados Unidos, após a influenciadora alegar que ela poderia ser um homem.
No banco de réus, estão os oito homens e duas mulheres com idades entre 41 e 60 anos. O grupo inclui um político eleito, um galerista, um especialista em TI, um professor, um gerente de imóveis e um empresário. A emissora americana BFMTV revelou que o executivo de publicidade Aurélien Poirson-Atlan, de 41 anos, que usa o pseudônimo “Zoé Sagan” nas redes sociais, também está entre os acusados. Sua conta no X, antigo Twitter, replica teorias da conspiração e já foi suspensa por denúncias de usuários.
Espera-se que o julgamento dure dois dias e o veredito seja divulgado posteriormente. O caso foi movido pelo advogado da primeira-dama em agosto de 2024, alegando que Brigitte foi alvo de cyberbullying. A ação judicial levou a duas ondas de prisões em fevereiro e março deste ano. As investigações iniciais identificaram várias postagens sobre o gênero e a sexualidade de Brigitte, além de como a sua diferença de 24 anos de idade para o presidente francês seria “pedofilia”, disse o promotor, de acordo com a emissora americana CNN.
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Caso contra Owens
Em paralelo, corre o processo contra Candace Owens. A podcaster ultraconservadora teria liderado “uma campanha implacável de difamação contra os Macrons, que durou um ano”, segundo a denúncia. Em março, ela aderiu ao conspiracionismo sobre o gênero de Brigitte através de um vídeo publicado no YouTube intitulado “A Primeira-Dama da França é um Homem?”, definindo a história como “provavelmente o maior escândalo da história política”.
De lá para cá, a influenciadora produziu vários vídeos para a série “Becoming Brigitte” (algo como “Tornando-se Brigitte” em português, sugerindo que a primeira-dama é uma farsa). Owens tem uma plataforma de quase 4,5 milhões de inscritos no YouTube, além de 6,4 milhões de seguidores no Instagram. Em outras publicações, ela também alegou que o líder francês é “muito claramente homossexual”.