Diante dos acenos do presidente da Câmara, Hugo Motta, de que a relação entre Executivo e Legislativo precisa melhorar, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o escalaram para atuar como fiador nas negociações de reaproximação com partidos do Centrão, que ensaiavam ou praticamente consolidavam um afastamento do Palácio do Planalto.
Quase um ano após assumir o comando da Casa, o paraibano finalmente passou a ter mais protagonismo nessa intermediação entre o governo e os parlamentares. Até então, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ainda desempenhava esse papel, mesmo que informalmente.
Nos últimos dias, a ministra Gleisi Hoffmann, que tem entre suas principais atribuições a articulação política, se reuniu com ministros e lideranças do PP e do União. Ainda há novos encontros com nomes do PSD. Tudo isso sob os olhos de Motta.
Além de atuar como uma espécie de fiador dessas conversas, o presidente da Casa passará a ter mais responsabilidade na tarefa de articular para que a agenda do Executivo avance no Congresso Nacional.
Para isso, também deve ser mais acionado e ouvido para que o governo entenda as demandas em emergenciais dos parlamentares.