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O plano infalível que impulsionou império bilionário de Maurício de Sousa

Em 1959, Mauricio de Sousa era um cartunista em ascensão de apenas 23 anos quando fundou seu primeiro escritório, a Bidulândia. Batizada em homenagem ao cãozinho Bidu, que o lançou nas tirinhas impressas, a empresa hoje nomeada MSP Estúdios (Mauricio de Sousa Produções) é símbolo da realização dos sonhos de infância do desenhista e criador da adorada Turma da Mônica. A trajetória de altos e baixos até aqui é retratada em Mauricio de Sousa: o Filme (Brasil, 2025), em cartaz nos cinemas, longa dirigido por Pedro Vasconcelos que traz Mauro Sousa, um dos filhos do quadrinista, no protagonismo. “É uma responsabilidade muito grande dar vida a um ícone pop, um patrimônio cultural brasileiro — e que é, acima de tudo, meu pai”, diz o ator estreante de 38 anos que, recentemente, assumiu a diretoria da empresa ao lado da irmã Marina e do sobrinho Marcos Saraiva.

PAI E FILHO - Negócios em família: o herdeiro assumiu a diretoria da empresa do clã
PAI E FILHO - Negócios em família: o herdeiro assumiu a diretoria da empresa do clãMateus Augusto Rubim/MSRS/.

Lançado às vésperas do aniversário de 90 anos do desenhista, que celebra a data na segunda 27, o filme é o exemplar mais recente da aposta massiva da empresa no audiovisual: entre 2018 e 2024, o estúdio injetou 200 milhões de reais em projetos do setor, resultando em mais de vinte produções que já saíram do papel ou estão no forno. Para além de desenhos que vão muito bem em plataformas como o You­Tube, o legado de Sousa cavou trincheira na área escassa da produção nacional voltada para o público juvenil, tanto no cinema quanto no streaming. Desse olhar saiu, por exemplo, o gracioso Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa (2024) — que tem uma continuação encaminhada.

Com a base sólida estabelecida nos quadrinhos ao longo de décadas, a estratégia multiplataformas da empresa se mostra um olhar esperto para o futuro de Mônica e sua turma. Com o trunfo da nostalgia de um lado e uma forte presença em diversas plataformas do outro, os personagens mantêm o carinho de fãs do passado enquanto cativam novos. Em breve, chegarão também ao cinema novas animações com o DNA da empresa — a primeira será protagonizada pelo dinossauro Horácio. “O audiovisual é um pilar muito importante. Queremos continuar presentes nesse meio, porque ele norteia as outras plataformas de entretenimento do estúdio”, afirma Mauro.

APOSTA - Chico Bento: audiovisual é foco da companhia
APOSTA - Chico Bento: audiovisual é foco da companhia@deborafalabellaoficial/Instagram
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Negócio familiar desde a concepção, a MSP Estúdios cresceu de forma meteórica sob a gestão de Mauricio de Sousa: hoje, o grupo tem mais de 400 personagens que ilustram filmes, gibis, jogos, parques temáticos e licenciamentos que compõem o império que move 2 bilhões de reais ao ano. Com a idade avançada do patriarca, os herdeiros assumiram papéis mais ativos nos negócios. O pai segue de perto a transição de poder. “É ótimo que isso aconteça com ele ao redor, para garantir a continuação do trabalho de uma vida”, diz Mauro. Quando Mauricio viu o filme pela primeira vez, o diretor conta que o artista se emocionou, especialmente com as cenas da infância: “Ele ficou fascinado”. Com a aprovação do biografado, o longa coroa um legado artístico que continua a experimentar novidades. Como diria o Cebolinha: eis aqui um plano infalível.

Publicado em VEJA de 24 de outubro de 2025, edição nº 2967

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