A disputa pelo mercado de delivery brasileiro virou caso de polícia.
Nesta terça, 21, a 32ª DP, da Polícia Civil de São Paulo, cumpriu um mandado de busca e apreensão para apurar furto de dados sigilosos e informações privilegiadas por parte de um ex-funcionário do iFood. A suspeita é que dados e documentos estariam sendo vendidos para empresas que estão recomeçando ou chegando no mercado brasileiro – como a 99food e a Keeta.
De acordo com as investigações, o investigado teria confessado a amigos que repassou informações sigilosas para um executivo da Meituan, empresa controladora da Keeta, em troca de um pagamento de 5 mil reais. Foram apreendidos computadores, HDs externos e celulares. A investigação apura, ainda, o envolvimento do alto escalão da empresa concorrente nas práticas criminosas.
Outros inquéritos, em diferentes estágios, também apuram o uso de informações privilegiadas da empresa de delivery, por ex-funcionários, para beneficiar a concorrência.
Na área trabalhista, os fatos ainda envolvem possíveis quebras de cláusulas contratuais de non-compete, que impedem profissionais com acesso a informações estratégicas de atuarem em empresas concorrentes por determinado período após o desligamento.
Os crimes investigados são de furto qualificado, concorrência desleal, violação de segredo profissional e invasão de dispositivo informático com obtenção de segredos comerciais e informações sigilosas.
Procurada, a Keeta esclareceu que não recebeu notificação contra a empresa nem qualquer execução de mandado em sua sede. A Keeta reitera seu total compromisso com as melhores práticas de mercado e está aberta a colaborar com as autoridades sempre que necessário.