A influenciadora digital Melissa Said é alvo de uma operação da Polícia Civil que visa desarticular o tráfico de drogas interestadual realizado por um grupo criminoso entre Bahia e São Paulo.
Said tem 330 mil seguidores somente no Instagram, onde se descreve como ‘ervoafetiva’ (o que levou ao nome da operação: Erva Afetiva). Ela é investigada por apologia ao uso de entorpecentes e associação ao tráfico. Em seu perfil virtual, a influenciadora mostrava a maconha abertamente, bem como seu consumo. Segundo as autoridades, ela também utilizava seu alcance para comercializar a droga com fornecedores identificados nos dois estados onde a operação está sendo feita.
Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Salvador — onde a influenciadora mora — e cinco em São Paulo, além de três mandados de prisão. Dois homens foram capturados em Lauro de Freitas, em cumprimento a ordens judiciais de prisão temporária. Um deles também foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, após serem apreendidos 1,4 kg de maconha tipo skunk, 270 gramas de haxixe, além de porções de maconha comum, balanças de precisão, embalagens plásticas, celulares, cartões e dois veículos com indícios de utilização na atividade criminosa.
A influenciadora ainda não foi encontrada, mas a polícia afirma que mantém a operação até conseguir chegar até ela. Said é apontada como articuladora do grupo. As investigações, iniciadas em 2024, indicam que ela incentivava o transporte e o consumo de drogas, orientando seguidores sobre como despistar a atuação policial durante viagens e deslocamentos.
Apesar de ainda não ter sido presa na operação desta quarta, ela já havia sido conduzida anteriormente a uma unidade policial, após ser flagrada com uma porção de droga no aeroporto.
As investigações apontam que ela comprava a droga e repassava a alguns seguidores, por meio de contatos em redes sociais. Em uma ocasião, no período natalino, a investigada distribuiu kits com cigarros de maconha nas ruas, em ato de autopromoção.
“As diligências continuam para identificar possíveis outros envolvidos. Por meio de oitivas, diligências e trabalho de inteligência, a operação continua para localizar a foragida e esclarecer todas as circunstâncias e responsabilidades”, afirmou o delegado e diretor do Denarc, Ernandes Junior.