A Coreia do Norte disparou diversos mísseis balísticos de curto alcance nesta quarta-feira, 22. O lançamento da artilharia foi divulgado pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, e acontece uma semana antes de uma reunião entre líderes importantes da região Ásia-Pacífico em Seul, incluindo o presidente americano, Donald Trump.
De acordo com militares sul-coreanos, os projéteis vieram de uma região próxima à capital, Pyongyang, percorrendo 350 km em direção nordeste. Segundo um oficial ouvido pela agência de notícias Reuters, os dispositivos caíram no interior da Coreia do Norte.
Esse foi o primeiro lançamento do tipo desde que a Coreia do Sul elegeu Lee Jae Myung como presidente. O mandatário, pertencente ao tradicional Partido Democrata, buscou adotar uma abordagem mais conciliatória em relação a Pyongyang. O último teste de mísseis havia sido feito no dia 8 de maio, quando os artefatos foram detectados saindo da costa leste do país.
Governada pela família Kim há mais de 70 anos, a Coreia do Norte tem aprimorado suas capacidades bélicas nas últimas décadas. O país, que já conta com um arsenal nuclear poderoso, tem investido na melhoria de seus mísseis. Embora seja alvo de sanções das Nações Unidas, Pyongyang conseguiu desenvolver projéteis capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos.
+ Coreia do Norte exibe nova geração de mísseis intercontinentais em parada militar
Reunião
Os disparos acontecem às vésperas de uma cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que acontecerá na Coreia do Sul. O encontro contará com a presença do presidente de Trump, que deve ter uma bilateral com seu homólogo sul-coreano, Lee, às margens do evento.
A dupla chegou a discutir a possibilidade de uma reunião com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, durante a visita, mas Pyongyang não emitiu nenhuma resposta pública a respeito do tema. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, uma ida até a zona desmilitarizada que divide as Coreias foi cogitada, mas não chegou a ser confirmada.
Trump e Kim cultivaram uma relativa proximidade durante o primeiro mandato do republicano, entre 2017 e 2021. Na época, eles realizaram três cúpulas. Embora os encontros demonstrassem aparente boa vontade entre os países, as negociações fracassaram, uma vez que Washington pressionava pela desnuclearização de Pyongyang — algo que, segundo Kim, nunca será feito.