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Amazon prepara sua próxima revolução – e ela pode custar meio milhão de empregos

Ao longo das últimas duas décadas, nenhuma companhia moldou tanto o mercado de trabalho americano quanto a Amazon. A empresa fundada por Jeff Bezos redefiniu o que significa empregar em escala industrial: centros de distribuição do tamanho de cidades, dezenas de milhares de vans operadas por motoristas terceirizados e uma cultura corporativa que transformou métricas e algoritmos em supervisores invisíveis.

Agora, a próxima disrupção pode vir de dentro, e em silêncio. Entrevistas com funcionários e um conjunto de documentos internos de estratégia, obtidos pelo jornal The New York Times, indicam que executivos da Amazon acreditam estar prestes a dar o passo mais radical de sua história: substituir mais de 500 mil empregos por robôs.

A força de trabalho da Amazon nos Estados Unidos mais do que triplicou desde 2018, alcançando quase 1,2 milhão de pessoas, o equivalente à população de Dallas. Mas a empresa parece se preparar para inverter essa curva. De acordo com os documentos, a equipe de automação estima que será possível evitar a contratação de cerca de 160 mil trabalhadores até 2027 – postos que, em outros tempos, teriam sido indispensáveis para sustentar a expansão do e-commerce e do serviço de entregas rápidas Prime.

O plano se apoia em uma meta ambiciosa: automatizar até 75% das operações logísticas. Em instalações experimentais, a Amazon já testa armazéns quase inteiramente geridos por máquinas. Robôs equipados com visão computacional e braços articulados substituem funcionários em tarefas que vão desde o manuseio de pacotes até a organização de produtos em prateleiras inteligentes.

A companhia vem pavimentando esse caminho há mais de uma década. Desde a aquisição da fabricante de robôs Kiva Systems, em 2012, a Amazon tornou-se o maior laboratório privado de automação logística do mundo. Hoje, suas unidades contam com mais de 750 mil robôs em operação, um número que cresce mais rápido que o total de contratações humanas.

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A automação em larga escala promete reduzir custos e aumentar a velocidade das entregas, dois pilares da vantagem competitiva da Amazon. Mas o avanço também levanta dilemas sociais e políticos. A empresa é o segundo maior empregador privado dos Estados Unidos, atrás apenas do Walmart, e seus empregos têm sido tanto criticados por condições de trabalho rigorosas quanto elogiados por oferecer estabilidade em regiões carentes de oportunidades.

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