O Ministério Público da Colômbia informou nesta terça-feira, 21, que Carlos Mora González, uma das pessoas detidas por envolvimento no ataque a tiros contra o senador colombiano Miguel Uribe, que morreu em agosto após passar semanas em estado crítico no hospital, foi condenado a 21 anos de prisão.
Segundo o MP, Mora admitiu responsabilidade no atentado contra o político durante um comício em Bogotá, no dia de 7 de junho. O condenado transportou o atirador, um adolescente que foi sentenciado a sete anos de prisão no início do mês.
Outros quatro suspeitos de participar do crime estão detidos. O autor intelectual, porém, ainda não foi identificado. Suspeita-se de José Arteaga Hernández, um homem com longa ficha criminal conhecido como El Costeño, que já está sob custódia policial.
O ataque ao pré-candidato presidencial chocou o país e suscitou memórias dos assassinatos da virada dos anos 1980 para os 1990 contra candidatos e políticos conhecidos, como Bernardo Jaramillo, Carlos Pizarro e o pai do atual prefeito de Bogotá, Luis Carlos Galán. O senador deixou a esposa, María Claudia Tarazona, três filhas dela, que ele havia adotado, e um filho de quatro anos. Ele havia perdido a mãe, Diana Turbay, com a mesma idade.
O atentado
Miguel Uribe Turbay morreu em 11 de agosto em consequência dos ferimentos de um ataque a tiros do qual foi alvo em 7 de junho, durante um evento de campanha em Bogotá. Filho da jornalista assassinada Diana Turbay e neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, o político de 39 anos pereceu na Fundação Santa Fé, clínica para a qual havia sido levado no dia do ataque.
O político do Centro Democrático, principal oposição ao governo do presidente Gustavo Petro, foi baleado várias vezes enquanto discursava em um comício no bairro de Modelia, zona oeste da capital. Vários vídeos mostraram o momento exato em que vários tiros são ouvidos e Uribe cai do palco improvisado onde elencava suas propostas de campanha.
Seus guarda-costas reagiram imediatamente e o levaram a um hospital próximo. Horas depois, ele foi levado de ambulância para a Clínica Santa Fé, no norte de Bogotá, uma das melhores da cidade, onde permaneceu em estado crítico desde então e passou por diversas intervenções cirúrgicas.
Do Senado, Uribe se consolidou como uma das principais vozes da oposição a Petro, com um discurso focado na defesa da segurança e das instituições, crítico da política de paz total que o governo tenta negociar com os diversos grupos ilegais do país, e das propostas presidenciais em geral.