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Leilões públicos atraem 46 bilhões de reais para a economia verde no Brasil

O Brasil ocupa papel cada vez mais relevante na transição global para uma economia de baixo carbono – visão compartilhada por Patricia Ellen, sócia-presidente da Systemiq Latam e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo. Em entrevista ao VEJA+Verde, Patricia ressalta que a organização surgiu da urgência de acelerar a transformação para modelos produtivos mais verdes, reunindo especialistas de consultorias globais e bancos multilaterais em prol de soluções sistêmicas para o desenvolvimento sustentável.

Patricia explica que a Systemiq nasceu “com o foco muito grande na atuação em países em desenvolvimento e com florestas tropicais”, destacando o Brasil, Indonésia e Londres como centros estratégicos. O diferencial, afirma, está na metodologia: “Precisamos numa velocidade sem precedentes de movimentos pré-competitivos, colocando governos, empresas, sociedade civil e academia trabalhando juntos para criar esses novos processos.”

A executiva aponta que, apesar do protagonismo do agronegócio brasileiro, apostar apenas na exportação de produtos de baixo valor agregado limita o crescimento e a inclusão produtiva. “O melhor caminho para o Brasil é investir na Revolução Verde, porque com isso a gente não só cria um modelo de referência, num país que tem uma economia de baixo carbono, mas também dobra o crescimento do PIB e gera oportunidade de emprego e renda para a população”, defende Patricia.

Entre as oportunidades para impulsionar essa nova economia estão cadeias produtivas como bioenergia, agricultura regenerativa, minerais críticos e setores ligados à economia circular e à adaptação climática. Patricia cita ainda a necessidade de estímulos financeiros inovadores, como mecanismos de redução de risco para atrair investidores privados ao setor verde: “A ideia é estimular que esse bolo cresça para que, de fato, a gente tenha muitos projetos sendo contemplados”.

Ellen falou sobre o EcoInvest Brasil, uma das principais ferramentas do governo federal para atrair investimentos privados voltados à transformação ecológica do país. Criado em 2024 como parte do Plano de Transformação Ecológica coordenado pelos Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o programa já mobilizou mais de 75 bilhões de reais em apenas dois leilões, sendo 46 bilhões de reais de origem estrangeira. “O Ecoinvest traz uma inovação que o BID tem todo o interesse de acompanhar para replicar em outros países, que é como eu crio um modelo catalítico de redução à exposição ao risco para atrair investimento privado nessas cadeias produtivas”, diz a entrevistada do VEJA+Verde, com apresentação de Diogo Schelp, editor de VEJA Negócios.

Sobre a COP30, Patricia afirma que a meta é sair do discurso e avançar para a fase da implementação, colocando “dinheiro na mesa para esses projetos”. Para ela, “o primeiro sucesso é o Brasil como protagonista dessa diplomacia verde. A gente está no centro da discussão agora, a gente precisa estar no centro da solução”.

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