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Colômbia chama de volta embaixador nos EUA após briga entre Petro e Trump

O ministério das Relações Exteriores da Colômbia comunicou nesta segunda-feira, 20, que chamou de volta o seu embaixador nos Estados Unidos, Daniel García-Peña. O gesto que no balé diplomático transmite insatisfação de um governo com o outro ocorreu um dia após o presidente Donald Trump lançar ataques ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, e dizer que aumentaria as tarifas sobre a nação sul-americana.

García-Peña já está na capital, Bogotá, segundo o ministério. “Nas próximas horas, o governo nacional informará as decisões tomadas”, acrescentou o comunicado.

No domingo 19, Trump chamou Petro de “barão da droga”, afirmando que vai cortar financiamento e subsídios dados à Colômbia e sugerindo que forças americanas poderiam realizar ações dentro do país. As ameaças vieram em meio à crescente tensão militar entre a Venezuela e os Estados Unidos, que já deixaram ao menos 27 mortos em meia dúzia de ataques contra embarcações no mar do Caribe. A Casa Branca justifica as ações como combate ao tráfico de drogas, mas governos da região e especialistas jurídicos afirmam que a ofensiva viola o direito internacional.

Antes disso, Petro havia condenado um novo bombardeio a um barco, afirmando que ele pertencia a uma “família humilde”, e não à guerrilha colombiana batizada de Exército de Libertação Nacional (ELN), como argumentou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Ao menos três pessoas morreram no ataque.

“Senhor Trump, a Colômbia nunca foi rude com os Estados Unidos, mas você é rude e ignorante com a Colômbia”, disse Petro no X (ex-Twitter), em resposta às alfinetadas do líder americano. “Como não sou empresário, sou ainda menos um traficante de drogas. Não há ganância em meu coração.”

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Briga antiga

Petro, o primeiro presidente de esquerda da história do país e conhecido pela articulação com o venezuelano Nicolás Maduro, tem sido uma das vozes regionais mais críticas contra a ofensiva americana na costa do Caribe. O ocupante da Casa branca, por sua vez, acusa Bogotá de ser cúmplice no tráfico ilícito de drogas.

No mês passado, Petro teve o visto revogado pelos Estados Unidos por ter participado de um ato pró-Palestina enquanto ele estava em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em que pediu aos soldados americanos que desobedecessem às ordens de Trump. O presidente colombiano acusou Washington de violar o direito internacional devido às suas críticas às ações de Israel em Gaza.

A briga escalou por conta da situação na Venezuela. Trump autorizou a CIA, a agência de inteligência americana, a realizar operações em solo venezuelano, inclusive terrestres, com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro — a indicação mais clara de que poderia haver, de fato, uma invasão.

Agora, Trump ameaçou cortar a ajuda financeira à Colômbia, que já foi uma das maiores receptoras de assistência dos Estados Unidos mas viu os recursos minguarem desde o fechamento da Usaid, agência humanitária do governo americano, no início de seu mandato. Ele também disse que especificidades sobre as novas tarifas contra o país seriam divulgadas nesta segunda, sem entrar em detalhes. Atualmente, a nação sul-americana paga alíquota de 10% sobre a maioria das importações americanas, a “taxa base” imposta com o tarifaço.

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