Um acordo firmado entre o Partido Liberal Democrata (PLD) e o Partido da Inovação do Japão, o Ishin, colocou a conservadora Sanae Takaichi na pole position para tornar-se a primeira premiê mulher da história do país. A votação parlamentar que definirá a nova liderança está marcada para esta terça-feira, 21.
“Estou muito ansiosa para trabalharmos juntos, em um esforço para fortalecer a economia do Japão e transformar o país”, declarou Takaichi, do PLD, durante a assinatura do pacto formal de coalizão com os líderes do Ishin, o governador de Osaka Hirofumi Yoshimura e o chefe do parlamento Fumitake Fujita.
Com apoio do Ishin, Takaichi deve garantir 231 assentos na câmara baixa do legislativo japonês, o que seria suficiente para garantir uma vitória no pleito — embora ainda fique a dois votos de uma maioria absoluta. Em um possível segundo turno, a conservadora precisará somente da maioria das cédulas de votação, e não de todos os legisladores.
No entanto, se Takaichi tem interesse em governar de forma eficaz, terá que estabelecer vínculos com outros partidos e aprovar sua agenda, que prevê um novo orçamento suplementar. Parte da linha-dura do PLD, ela causou reações mistas ao ser apresentada como potencial premiê, com o partido Komeito, aliado do PLD há 26 anos, encerrando seu apoio devido à decisão.
O acordo com o direitista Ishin, que ocupa a segunda maior bancada de oposição no parlamento, aconteceu dez dias após essa ruptura. Para fazer o pacto, Takaichi prometeu avançar em pautas caras ao partido, como um corte de 10% no número de legisladores e a suspensão por dois anos de um imposto sobre o consumo de alimentos. De acordo com Fujita, o acordo prevê prazos e a adoção de políticas específicas.
Takaichi cobrou ampliação dos gastos públicos e redução de tributos como forma de proteger os consumidores diante da alta da inflação e condenou a escolha do Banco do Japão de subir as taxas de juros. Há a expectativa de que o Ishin bloqueie as ambições de elevação de gastos da conservadora, uma vez que o partido já defendeu cortes orçamentários anteriormente.