A passagem de Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, seguirá fechada até “novo aviso”, divulgou Israel ontem, 18, um dia antes de retomar os bombardeiros no território palestino. A expectativa era de que ela fosse reaberta amanhã, como havia divulgado a embaixada palestina no Cairo. O gabinete do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou que a abertura depende da entrega dos corpos dos 28 reféns israelenses mortos, conforme acordo de cessar-fogo com o Hamas. Até agora, os restos mortais de 16 pessoas foram devolvidos. Neste domingo, Israel voltou a atacar Gaza, e um dos alvos é a cidade de Rafah.
O Hamas, acusado de quebrar o acordo de cessar-fogo ao promover ataques contra bases militares israelenses em Rafah, diz que mais um corpo de refém foi encontrado neste domingo. Mas a sua entrega, ressalta o grupo, só será possível se condições em campo permitirem. A declaração é uma forma de pressionar Israel a parar com os bombardeios. Segundo a Defesa Civil de Gaza, 11 pessoas foram mortas neste domingo durante ataques aéreos, inclusive em Rafah.
A passagem com o Egito foi fechada em maio de 2024, quando Israel assumiu o controle da região. A fronteira é estratégica para a entrada de ajuda humanitária. Desde o último dia 10, quando foi firmada a trégua na região, 560 toneladas de alimentos chegaram a Gaza por dia – um total ainda muito abaixo das necessidades do povo palestino, segundo a ONU. Com a passagem de Rafah totalmente aberta, a população de Gaza poderá buscar tratamento médico fora e visitar parentes que estão no Egito.