O Exército de Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza neste domingo, 19, alegando quebra de acordo do cessar-fogo pelo Hamas. Em ataques aéreos, incluindo na cidade de Rafah, 11 pessoas teriam sido mortas, segundo a Defesa Civil de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que ordenou “medidas enérgicas” contra alvos terroristas após bases militares israelenses serem atacadas em Rafah. “Após uma violação do cessar-fogo por parte do Hamas, o primeiro-ministro Netanyahu manteve consultas com o ministro da Defesa e funcionários de alto escalão de Segurança e ordenou uma ação com força contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, divulgou o gabinete do primeiro-ministro.
O Hamas nega qualquer ataque e diz que está cumprindo a trégua, em vigor desde o último dia 10 num acordo intermediado pelos Estados Unidos. “Reafirmamos nosso total compromisso em implementar tudo o que foi acordado, principalmente o cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, afirmou a Brigada Ezzedine Al-Qassam, braço armado do grupo, em comunicado, completando: “Não temos conhecimento de quaisquer incidentes ou confrontos ocorridos na área de Rafah, uma vez que estas são zonas vermelhas sob o controle da ocupação, e o contato com os nossos grupos restantes lá foi cortado desde que a guerra recomeçou em março deste ano.”
Já as Forças Armadas de Israel afirmam que bases próximas à rota de ajuda humanitária em Rafah foram alvos de disparos de mísseis antitanque por parte do Hamas. Militares israelenses teriam reagido, disparando contra túneis onde estariam homens do grupo. O Hamas divulgou ter recuperado neste domingo o corpo de mais um refém israelense, mas que sua entrega só será possível “se as condições em campo permitirem”. Após o cessar-fogo, 20 reféns mantidos vivos em Gaza foram libertados, Dos 28 mortos, dez corpos foram entregues.
Os bombardeios deste domingo em Rafah e outras áreas do território palestino são uma ameaça ao cessar-fogo. Além de Rafah, a cidade de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza, também teria sido atacada pela Força Aérea de Israel. Os relatos são de três mortes na região. Enquanto os israelenses dizem que o Hamas quebrou o acordo várias vezes ao promover ações violentas para além da “linha amarela” estabelecida no tratado, o grupo palestino afirma que Israel liderou “diversas violações”. Essas incluiriam 37 pessoas mortas por tiros de militares desde o dia 10.