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Eduardo Bolsonaro ‘atravessou a rua para escorregar na casca de banana e se orgulha do tombo’

A diplomacia brasileira deu um passo calculado na tentativa de desfazer o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Em Nova York, o chanceler Mauro Vieira reuniu-se com Marco Rubio. No cardápio, segundo apurou o colunista Robson Bonin, terras raras: o Itamaraty acena com mais espaço para empresas americanas explorarem jazidas no Brasil — insumo crítico para chips, baterias e a corrida da inteligência artificial — em troca de aliviar as tarifas que atingem a economia brasileira.

Bonin, do blog Radar, contou no programa Os Três Poderes, do site de VEJA, que o encontro foi “positivo” — e, curiosidade, Rubio e Vieira conversaram em espanhol. De conteúdo, saiu um compromisso de “marcar a próxima conversa”, com foco em pautas comerciais (e não ideológicas). Em paralelo, ganha corpo um encontro presencial entre Lula e Donald Trump, ainda cercado de cautelas para evitar gestos deselegantes como os que Trump já exibiu com outros líderes.

O cálculo de Brasília

Moeda de troca: terras raras. Em um cenário de disputa com a China pelo refino e a cadeia dos metais críticos, abrir mais portas no Brasil agrada à Casa Branca — e pode render contrapartidas tarifárias.

Roteiro pragmático: o Itamaraty mandou aos EUA os temas que topa discutir, com prioridade para comércio, deixando a política fora do centro da mesa.

A ala bolsonarista erra o alvo

Tentativas de Eduardo Bolsonaro e do influenciador Paulo Figueiredo para travar o encontro não prosperaram. Segundo Bonin, não foram sequer ouvidos pelos americanos — e, de quebra, viraram meme nas redes. “A direita não se ajuda”, resumiu o colunista, ao lembrar que Eduardo se orgulha de ter impulsionado sanções contra o Brasil enquanto Trump já calibra o discurso e fala em rever o tom com Lula. “Ele atravessou a rua para escorregar na casca de banana e se orgulha do tombo”, diz Bonin.

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BRICS no jogo — e barganha à vista

Trump também mirou o BRICS e a ideia de moeda alternativa ao dólar. Para Bonin e os comentaristas do programa, o tema vira trunfo de negociação: ter Lula à mesa — crítico, mas pragmático — interessa aos EUA para domar o ímpeto do bloco e atrair o Brasil para um arranjo comercial mais amigável.

O que vem agora

Nova rodada Vieira–Rubio/Creier: com pontos comerciais no papel e sinal verde para conversar sobre outros temas que Trump deseje.

Cenário promissor, mas escorregadio: a agenda avança porque as economias precisam — menos ideologia, mais negócio.

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Lula–Trump: encontro provável, seja na Ásia durante a agenda internacional do brasileiro, seja em Washington, mas com coreografia ensaiada para evitar constrangimentos.

Enquanto isso, terras raras seguem como senha de acesso a uma convergência possível: alívio tarifário em troca de parceria estratégica numa cadeia que reescreve a geopolítica industrial. Para Brasília, é a chance de transformar pressão externa em moeda de negociação — e, de quebra, esvaziar o palanque dos que tentam torpedear a aproximação.

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