Nem sempre é preciso pedir ajuda para sentir seus efeitos. Um novo estudo publicado pela American Psychological Association mostra que apenas acreditar que se tem com quem contar já é suficiente para melhorar o bem-estar em várias áreas da vida, da saúde mental ao desempenho profissional.
Pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura, da Duke University e da Universidade de Illinois analisaram dados de 604 estudos com quase 900 mil pessoas de mais de 30 países. Eles descobriram que a “percepção de apoio social”, ou seja, a crença de que família, amigos ou colegas estariam disponíveis em caso de necessidade, tem impacto direto na forma como as pessoas prosperam.
Segundo os autores, essa percepção está associada a melhor saúde mental e física, maior sucesso escolar e profissional, além de menos comportamentos de risco, como abuso de substâncias ou decisões impulsivas.
Quando sentir apoio importa mais do que recebê-lo
Os cientistas diferenciam dois tipos de suporte: o apoio recebido, que é a ajuda concreta prestada por alguém, e o apoio percebido, que é a convicção de que essa ajuda existe. O estudo mostra que o segundo tem efeito mais profundo e duradouro sobre o bem-estar.
De acordo com os pesquisadores, adolescentes parecem ser os que mais se beneficiam dessa sensação de amparo, especialmente quando ela vem dos pais.
Quais são os impactos em diferentes culturas e idades
Os resultados também mostraram variações interessantes entre faixas etárias e contextos culturais. Em países ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido, a percepção de apoio esteve mais ligada ao desempenho no trabalho. Já em culturas não ocidentais, como Indonésia e Taiwan, ela foi mais relevante para o rendimento escolar.
Em todas as regiões, contudo, o padrão se repetiu: quem acredita ter apoio vive melhor. Entre crianças e adolescentes, a sensação de amparo teve efeito mais forte sobre a saúde física e a prevenção de riscos do que entre adultos.
O que a pesquisa ensina
Para os pesquisadores, compreender os diferentes tipos e fontes de apoio — pais, amigos, colegas e professores — é essencial para criar políticas e intervenções que fortaleçam redes de suporte social. Elas podem, por exemplo, ajudar profissionais de saúde, educadores e gestores a desenvolver ambientes mais acolhedores e empáticos.