O São Paulo Fashion Week celebra 30 anos, mas foi Lilly Sarti quem mergulhou fundo em sua própria história. Enquanto o evento olha para o futuro da moda brasileira, a marca se volta para dentro — e encontra, no espelho do tempo, o reflexo de uma mulher cosmopolita, livre e sofisticada, que atravessa fronteiras e estações com o mesmo fôlego.
Vídeo: Arthur Aguiar
“Cosmopolita e contemporânea, mas dentro do clássico que a gente propõe”, resume Lilly a VEJA, sobre seu inverno 2026. Conceito que se traduz em uma coleção feita para durar, pensada para o ritmo da cidade que nunca dorme — mas que também reconhece o valor das pausas. Há um diálogo entre o essencial e o extraordinário, entre o jeans e o cristal, o couro e o cetim, o peso e o leve.
O jeans assume o protagonismo. Em parceria com a Capricórnio, empresa de denim 100% brasileiro, a marca resgata o espírito urbano e democrático do tecido, renovando-o com cortes arquitetônicos, bolsos assimétricos e lavagens que revelam textura e vida. O denim, antes símbolo do casual, ganha aura de refinamento — e torna-se metáfora da mulher Lilly: resistente, mas extremamente sofisticada. “Quisemos uma marca que tem esse público mais alto-padrão para evidenciar a extrema qualidade do jeans nacional”, explica João Bordignon, sócio e diretor de marketing, comunicação e sustentabilidade da Capricórnio.
As formas fluidas se alternam com silhuetas estruturadas; os volumes convivem com a precisão da alfaiataria. Cores da moda como amarelo-manteiga e verde ganham destaque. Tudo se encaixa como camadas de uma mesma história — a de uma marca que aprendeu, ao longo de 20 anos, que o verdadeiro luxo está na durabilidade, na intenção e na memória de cada peça.
Há algo de poético no fato de que, enquanto o SPFW celebra o passado e o presente da moda nacional, Lilly Sarti reafirma seu próprio tempo. Um tempo que não passa, apenas se transforma. Porque o cosmopolitismo da grife não está apenas nas ruas do mundo — está na roupa que veste a alma.
