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Após renunciar e voltar, premiê francês escapa de duas moções de censura no Parlamento

Após semanas turbulentas em que se demitiu e, em seguida, foi reconduzido ao cargo pelo presidente Emmanuel Macron, o primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, sobreviveu dois votos de desconfiança nesta quinta-feira, 16, na Assembleia Nacional.

A primeira censura, proposta pela extrema esquerda, teve 271 votos a favor. A segunda, da ultradireita, recebeu apenas 144 votos. Para a aprovação da moção de desconfiança, é necessário formar maioria absoluta (pelo menos 289 votos dos 577 deputados com mandato em vigor).

Choques sucessivos tornaram-se a regra na política francesa desde as eleições legislativas convocadas na marra por Emmanuel Macron há dezesseis meses, em gesto atabalhoado e arriscado para tentar ampliar sua bancada. O resultado foi um parlamento dividido em três blocos. Espremido entre radicais à esquerda e à direita, o grupo centrista do presidente ficou paralítico e ele, que perdeu cinco premiês desde o ano passado em meio a uma batalha para aprovar o novo orçamento, pena para governar e sofre pressão para renunciar.

As medidas contra Lecornu foram propostas na segunda-feira 13 pelos dois extremos do plenário da Assembleia Nacional: à esquerda, A França Insubmissa (LFI); à direita, o Reagrupamento Nacional (RN). Ambos pedem a dissolução do parlamento e a convocação de novas eleições legislativas, ou até a renúncia de Macron.

Nesta semana, o premiê francês apresentou sua proposta de orçamento na Assembleia e no Senado, prevendo fortes medidas de austeridade. Contudo, a medida mais chamativa — e que garantiu-lhe apoio suficiente para escapar das moções de censura — aumenta os gastos públicos: o congelamento da reforma das aposentadorias, promulgada em 2023 pelo governo Macron e extremamente impopular.

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A iniciativa, que foi aprovada sem votação parlamentar, elevou a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64, e foi duramente criticada por sindicatos e partidos de oposição. Lecornu propôs que a reforma seja congelada até janeiro de 2028, depois das eleições presidenciais no ano anterior.

O líder do Partido Socialista, Boris Vallaud, classificou o anúncio como “uma vitória” e garantiu que sua bancada não apoiaria as moções de desconfiança desta quinta, ao contrário do que havia feito anteriormente com o ex-premiê François Bayrou.

Ainda resta o enorme desafio: aprovar o orçamento de 2026, cujo objetivo é reduzir o déficit do governo e combater a dívida pública com cortes nos gastos.

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