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Após novos ataques na fronteira, Afeganistão e Paquistão aceitam cessar-fogo temporário

Os governos de Paquistão e Afeganistão concordaram com um “cessar-fogo temporário” nesta quarta-feira, 15, anunciou Islamabad, poucas horas depois de ataques aéreos e combates terrestres elevarem tensões entre os dois vizinhos, matando ao menos uma dúzia de civis.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão afirmou que a trégua temporária, com previsão de 48 horas, teve início já na manhã desta quarta.

“Durante este período, ambas as partes farão esforços sinceros, por meio de um diálogo construtivo, para encontrar uma solução positiva para esta questão complexa, porém solucionável”, afirmou o comunicado, acrescentando que a trégua foi acordada a pedido do governo do Afeganistão, controlado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã,

O porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid, por sua vez, disse que o acordo de cessar-fogo foi resultado do “pedido e da insistência do lado paquistanês”.

O anúncio de cessar-fogo ocorre depois d novos combates matarem e ferirem dezenas em uma área remota de fronteira que abrange o distrito de Spin Boldak, no sudeste do Afeganistão, e o distrito de Chaman, no Paquistão, durante a noite de terça-feira.

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Em uma publicação no X, Mujahid acusou as forças paquistanesas de iniciarem os combates na fronteira disparando “armas leves e pesadas” contra o Afeganistão, matando 12 civis e ferindo mais de 100. Ali Mohammad Haqmal, porta-voz de imprensa do distrito de Spin Boldak, estimou o número de civis mortos em 15. A agência de notícias AFP citou um funcionário do hospital distrital dizendo que 80 mulheres e crianças estão entre os feridos.

Autoridades paquistanesas, por outro lado, culparam o Talibã por disparar primeiro contra um posto militar paquistanês e outras áreas próximas à fronteira, causando os confrontos que também feriram quatro civis. A agência de notícias Reuters citou autoridades de segurança não identificadas, que disseram que seis soldados paquistaneses foram mortos na violência, que, segundo uma autoridade, durou cerca de cinco horas.

As tensões entre o Afeganistão e o Paquistão escalaram no sábado, quando ambos os lados trocaram tiros em diversas regiões de fronteira, resultando em dezenas de vítimas de cada lado.

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No fim de semana, Cabul afirmou que, em retaliação ao que chamou de repetidas violações do território e do espaço aéreo afegãos, atacou vários postos militares paquistaneses e matou 58 soldados paquistaneses. O Exército paquistanês relatou números mais baixos, afirmando ter perdido 23 soldados e matado mais de 200 “terroristas do Talibã e afiliados” em ataques de retaliação ao longo da fronteira.

A relação entre Afeganistão e Paquistão, antes aliados, passou por mudanças devido ao crescimento nos ataques do Talibã Paquistanês dentro do território paquistanês desde 2021, quando o Talibã assumiu o poder no país vizinho. Somente em setembro deste ano, 135 pessoas foram mortas e 173 feridas em ataques do grupo terrorista.

“Escolha um dos dois caminhos. Se eles desejam estabelecer relações com o Paquistão com genuína boa vontade, sinceridade e honestidade, estamos prontos para isso. Mas se eles escolherem ficar do lado dos terroristas e apoiá-los, então não teremos nada a ver com o governo interino afegão”, declarou o porta-voz do Exército paquistanês, Ahmad Sharif, no dia 13 de setembro.

Outrora um destino acolhedor para refugiados afegãos, o Paquistão vem expulsando massivamente imigrantes de volta ao país vizinho desde o aumento das hostilidades. Dados do governo apontam que, até agora, aproximadamente um milhão de refugiados afegãos foram enviados de volta.

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