O remake de Vale Tudo, que chega ao fim nesta sexta-feira, 17, acumulou polêmicas e deslizes ao longo dos últimos meses — não apenas na narrativa, mas também em continuidade e direção de cenas. Já em clima de despedida da adaptação, a coluna GENTE reuniu algumas das “pérolas” que foram ao ar desde abril e que ainda fazem perguntar: como foi possível deixar passar? Confira os tropeços em ordem cronológica:
ABRIL
Flores erradas. Um dos primeiros deslizes foi no enterro de Rubinho (Julio Andrade), quando Raquel (Taís Araujo) joga uma margarida branca sobre o caixão. O problema é que, ao mudar de ângulo, a câmera mostrou que a flor deixada no local era uma rosa branca.
MAIO
Mágica dos copos. Em um dos lanches de Odete Roitman (Debora Bloch) na casa da irmã, Celina (Malu Galli), o copo de água nas mãos da vilã virou uma xícara rapidamente, nos segundos em que a câmera focou em Afonso (Humberto Carrão).
Invasão no set. Durante filmagens externas, uma falta de cuidado da produção deixou uma fã invadir o local das gravações, seguindo Cauã Reymond, que já estava em cena como César.
Vídeo. Uma cena de Vasco (Thiago Martins) foi detonada nas redes, quando o porteiro gravou um vídeo bêbado. A polêmica nem estava no estado do personagem, mas sim no formato da gravação. No caso, Vasco havia se filmado na vertical, mas as imagens que foram exibidas estavam na horizontal. Erro amador para um horário nobre, convenhamos.
Pane no sistema. O telespectador fiel da novela de Manuela Dias com certeza se lembra das imagens aleatórias que interromperam uma cena de Heleninha (Paolla Oliveira) e Ivan (Renato Góes). Na ocasião, o “bug” mostrou duas pessoas sentadas em poltronas, aparentemente em um estúdio iluminado por holofotes. Não havia identificação, mas uma das pessoas estava com o crachá da emissora. A novela voltou logo depois, mas o episódio já havia tomado as redes sociais.
Sumiu. Em um dos poucos momentos em que Maria de Fátima (Bella Campos) tentou ser boazinha, a falha ficou clara. Ao oferecer um lanche para Raquel e Gilda (Letícia Vieira), a vilã tirou dois potes de margarina da geladeira. Um deles, no entanto, desapareceu da mesa no tempo de um corte de imagens.
JUNHO
Choque duplo. Quando Marco Aurélio (Alexandre Nero) leva para Celina a notícia do grave acidente sofrido pela irmã, Cecília (Maeve Jinkings), Odete se mostra impressionada com o ocorrido. O problema é que a megera já havia sido informada do que aconteceu.
Incoerência na trama. Com o objetivo de aumentar a renda, Daniela (Jéssica Marques) começa a trabalhar de Uber Moto, uma das ações comerciais do folhetim. O ponto aqui é destacar aplicativos de mobilidade em um contexto de críticas ao sistema e à precarização do trabalho – um prato cheio para a história original da novela.
Mancada na tela. No capítulo exibido em 10 de junho, Ivan mostra para Celina uma reportagem, mas quando a tela é exibida para as câmeras, o que aparece é um PDF.
AGOSTO
Romantização da pobreza. Uma das atitudes mais criticadas no roteiro de Manuela Dias foi quando Raquel voltou a ser pobre. Até mesmo a atriz se mostrou descontente com o destino da sua personagem. O problema não é mostrar a derrocada da cozinheira, pois todos que investem em negócios estão sujeitos a isso. A questão aqui é a velocidade com que o fato aconteceu e forma como a mãe de Fátima resolveu se reerguer: vendendo sanduíches.
Telefone invisível. Era para ser uma simples cena em que César envia um áudio para Fátima, mas acabou virando meme nas redes. Isso porque os internautas observaram que o pilantra falava apenas com a capa do celular. O deslize, no entanto, dividiu opiniões. Muitos defenderam a produção dizendo que a suposta ausência do aparelho era apenas o efeito da luz.
SETEMBRO
Foi de táxi. Poucas cenas depois de se desesperar por falta de dinheiro, Maria de Fátima seguiu Odete até a casa onde escondia Leonardo (Guilherme Magon). Só que nessa brincadeira, a filha de Raquel gastou uma nota. Levando em conta que ela saiu do centro do Rio, até chegar em Mangaratiba, zona oeste, ela gastaria cerca de 400 reais de táxi. Sem contar o fato de que a milionária não percebeu que estava sendo seguida por um carro amarelo bem chamativo. Faltou coerência.
Sobrou mão. Algumas falhas podem até passar, mas essa com certeza ficará para a história do remake. Na ligação com Solange Duprat (Alice Wegmann) para acompanhar a ultrassonografia do bebê, Afonso aparece com três mãos. A emoção do herdeiro foi tanta que, mesmo segurando o celular com duas mãos, apareceu com outra na boca.
Propaganda na hora errada. O que não faltou em Vale Tudo foram ações comerciais. A oferta era tanta que incluíram ações até onde não deviam. Um exemplo é o merchan feito por Afonso diretamente do leito do hospital, quando Solange mostrava para ele os presentes recebidos em um chá de fraldas surpresa. Entre os mimos, estavam produtos de uma marca. Em outra ocasião, a personagem vivida por Wegmann foi lavar roupa feliz e contente com produtos promocionais logo após de o amado relatar a história sofrida do reaparecimento do irmão.
Outro sumiço. Uma dúvida que continua intrigando os telespectadores, a poucos dias do fim da novela, é: onde foram parar as barrigas de grávida de Solange e Maria de Fátima? A de Solange até chegou a aparecer em algumas cenas, mas sumiu misteriosamente — e o deslize ficou evidente quando a personagem surgiu com a barriga completamente lisa à beira da cama do namorado no hospital. A atriz chegou a justificar dizendo que usava uma prótese, mas que o figurino acabou escondendo. Fato é que, a dois dias do último capítulo, seguimos esperando ver esse bebê crescer. Será que ainda vem?