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Israel limita ajuda e mantém fronteira de Gaza fechada após Hamas atrasar entrega de corpos

Israel voltou a restringir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e manteve a passagem de Rafah — fronteira do enclave com o Egito — fechada nesta terça-feira, 14. A decisão ocorreu após o Exército israelense concluir que o Hamas não fez progressos concretos na devolução dos corpos dos reféns israelenses mortos no território palestino, descumprindo os termos do cessar-fogo que começou a ser implementado na semana passada com o presidente americano, Donald Trump, como principal fiador.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a reabertura da passagem estava prevista para esta semana como parte da primeira fase do acordo, mas foi adiada ao menos até quarta-feira. Além disso, Israel informou às Nações Unidas que permitirá a passagem de apenas 300 caminhões de ajuda humanitária por dia, metade do volume combinado, e proibirá a entrada de combustível e gás em Gaza, exceto para usos diretamente ligados à infraestrutura humanitária.

Mesmo com o atraso da entrega dos falecidos, Trump afirmou que a “Fase Dois” do acordo de cessar-fogo já começou. “OS MORTOS NÃO VOLTARAM, CONFORME PROMETIDO! A Fase Dois começa AGORA!”, escreveu o republicano em sua rede, a Truth Social.

O Hamas, por sua vez, justificou que localizar os corpos é uma tarefa difícil, já que muitos estão sob escombros. Na segunda-feira, o grupo libertou vinte reféns vivos e entregou os restos mortais de quatro outros, em troca da soltura de cerca de 1.900 prisioneiros palestinos detidos em prisões de Israel. Segundo mediadores, mais quatro corpos devem ser transferidos a Israel ainda nesta terça-feira. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIVC) alertou que a devolução dos restos mortais pode levar tempo, dias ou semanas.

Retorno do Hamas às ruas de Gaza

Enquanto o futuro do acordo segue incerto, homens do Hamas voltaram a ocupar as ruas de Gaza após a retirada parcial das tropas israelenses. Um vídeo divulgado na noite de segunda-feira mostrou combatentes executando pessoas com as mãos amarradas nas costas em praça pública, enquanto dezenas de espectadores assistiam.

Fontes de segurança locais relataram dezenas de mortes em confrontos entre facções palestinas rivais nos últimos dias. Israel respondeu com ataques de drone, alegando ter atingido suspeitos que cruzaram a linha do cessar-fogo.

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Perspectivas de cessar-fogo 

Na noite de segunda-feira, uma “cúpula da paz” organizada por Trump no Egito terminou sem anúncios concretos sobre a criação de uma força internacional de segurança ou de um novo órgão de governo para administrar Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não compareceu à reunião, insiste que a guerra só poderá ser considerada encerrada quando o Hamas entregar as armas e abandonar o controle da Faixa — uma condição que o grupo rejeita enquanto ainda houver soldados de Israel no território.

Fontes do Hamas disseram à Reuters que o movimento “não tolerará mais violações da ordem em Gaza” e que mirará “colaboradores, saqueadores e traficantes de drogas”. Apesar de enfraquecido após dois anos de bombardeios e incursões israelenses, o grupo tem se reestruturado desde a trégua. Centenas de trabalhadores foram mobilizados para remover escombros de vias estratégicas, acessar áreas destruídas e reparar encanamentos de água danificados.

O conflito iniciado em 7 de outubro de 2023 deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e resultou no sequestro de 251 reféns pelo Hamas. A ofensiva israelense subsequente matou quase 68 mil pessoas, segundo autoridades de saúde de Gaza.

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