O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a citar nesta terça-feira, 14, o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas. A menção ocorreu durante uma almoço com o presidente da Argentina, Javier Milei, que participa de uma reunião na Casa Branca para discutir a ajuda financeira de US$ 20 bilhões (mais de R$ 109 bilhões) de Washington a Buenos Aires.
A repórteres, Trump afirmou que a decisão que o acordo bilionário pode beneficiar a América do Sul: “Se a Argentina for bem, outros vão seguir o exemplo. E muitos outros já estão seguindo”, argumentou. Ele passou, então, a comentar que países do continente estão estreitando as relações com os EUA e citou o Brasil. O republicano disse que teve “uma conversa muito boa” com Lula em Nova York, acrescentando: “Eu o encontrei nas Nações Unidas antes de subir para discursar”.
Em contrapartida, o chefe da Casa Branca retomou as críticas ao Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Trump alegou que o bloco representa uma tentativa de enfraquecer o dólar no comércio internacional e que os países-membros repensaram suas atitudes após serem ameaçados por tarifas americanas.
“Estão todos saindo dos Brics. Era um ataque ao dólar. Eu disse: ‘querem jogar esse jogo? Vamos colocar tarifas sobre todos os produtos que entrarem nos Estados Unidos’. Eles disseram: ‘estamos fora dos BRICS’. E agora ninguém mais fala disso”, concluiu ele.
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Telefonema produtivo
Na semana passada, o telefonema entre Lula e Trump terminou com saldo positivo. Pouco depois do bate-papo, o líder americano disse que os dois discutiram “muitos assuntos”, mas que a ligação focou na economia e no comércio entre os países. Ele também adiantou que deve se encontrar presencialmente com o petista em breve: “Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”, escreveu.
Algumas horas mais tarde, Trump reafirmou que teve uma boa conversa com o presidente brasileiro, mas não respondeu se pretende diminuir as tarifas impostas sobre o Brasil, um dos pedidos feitos pelo governo Lula. Segundo ele, a reunião permite que agora ambos os países “comecem a fazer negócios”.
Mais cedo, o governo brasileiro já havia adiantado um possível encontro presencial entre os dois líderes em breve. O presidente brasileiro sugeriu que esse encontro aconteça na Cúpula de Asean, na Malásia, convidou o republicano para vir à COP-30, em Belém do Pará, e também se dispôs a ir até os Estados Unidos. No entanto, até o momento, não foi cravada uma data.