O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), criticou os habeas corpus concedidos por ministros do STF a testemunhas e investigados chamados à comissão, ironizando a “autoridade de araque” daqueles protegidos pelas decisões.
“Só falta depoente chegar e urinar na mesa por conta desses habeas corpus preventivos, que são vergonhosos”, declarou Gaspar a jornalistas em um dos intervalos da reunião desta segunda-feira, na qual ele interrogou o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto.
Durante o depoimento, os dois protagonizaram um bate-boca acalorado em torno da linha de questionamento do relator. Elevando a voz, Stefanutto exigiu que Gaspar o “respeitasse”. Dedo em riste, o deputado rebateu com uma acusação: “Cabeça do maior roubo de aposentados!”
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), precisou interromper a reunião para que os dois fossem contidos e se acalmassem. Na retomada dos trabalhos, Stefanutto pediu desculpas a Gaspar, que respondeu aceitá-las.
Horas depois do entrevero, no entanto, o relator afirmou a jornalistas que, no lugar do presidente da comissão, teria dado voz de prisão a Stefanutto por “desacato” – em que pese, logo depois da discussão, Viana ter esclarecido que a lei não permitiria o ato.
“Nem tenho medo de cara feia nem tenho medo de bandido perigoso nem tenho medo de ladrão de milhões”, disse Gaspar.