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Maduro ofereceu riquezas da Venezuela em troca de alívio de pressão dos EUA, diz ‘NYT’

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentou usar as riquezas naturais do país como moeda de troca para aliviar a pressão econômica e política dos Estados Unidos, informou o jornal americano The New York Times nesta segunda-feira, 13. Sob sanções e retórica cada vez mais agressiva de Washington, o líder chavista ofereceu amplas concessões econômicas a empresas de energia e mineração dos EUA em troca de uma trégua política com o presidente Donald Trump.

A proposta, que circulou por meses, incluía abrir todos os projetos de petróleo e ouro — existentes e futuros — a companhias americanas, conceder contratos preferenciais, redirecionar o fluxo de exportações de petróleo da China para os Estados Unidos e romper acordos de energia e mineração com empresas chinesas, iranianas e russas. Em troca, Maduro esperava uma reaproximação política e o alívio das sanções que paralisam a economia venezuelana.

A Casa Branca, no entanto, acabou por rejeitar as concessões, segundo o NYT. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tornou-se a principal voz a favor da linha-dura contra o regime venezuelano, chamando Maduro de “foragido da Justiça americana” e encerrando qualquer esforço de negociação conduzido pelo enviado especial Richard Grenell. Na semana passada, o governo Trump formalizou o rompimento das relações diplomáticas com Caracas.

Em meio à escalada das tensões entre os dois países, Trump passou a descrever o governo da Venezuela como um “cartel narcoterrorista”, reuniu navios de guerra no Caribe e chegou a ordenar ataques a embarcações suspeitas de transportar drogas a partir da Venezuela. Apesar da resistência, interlocutores venezuelanos e americanos relatam que Grenell chegou a discutir um acordo econômico que previa o retorno de companhias dos EUA à Venezuela e a normalização parcial das relações comerciais.

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Petróleo como atrativo

Em paralelo, a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) concedeu à multinacional de energia Chevron, com sede no Texas, o controle integral de projetos conjuntos e iniciou conversas sobre participação americana em novos campos petrolíferos. Caracas também tentou se reaproximar da empresa de energia ConocoPhillips, que deixou o país em 2007 após a expropriação de suas operações. Especialistas apontam que a Venezuela poderia aumentar rapidamente a produção de petróleo com uma grande injeção de capital estrangeiro.

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Enquanto isso, a oposição tenta se mostrar como uma alternativa mais estável para investidores. A líder do bloco, María Corina Machado, recém-premiada com o Nobel da Paz por sua atuação em defesa dos direitos democráticos, defende que apenas uma transição política permitiria explorar de forma sustentável o potencial econômico venezuelano.

Hoje, a Venezuela produz cerca de 1 milhão de barris diários, o que representa apenas um terço do volume registrado no início do governo de Hugo Chávez. A maior parte segue para a China, enquanto a Chevron mantém operações limitadas, exportando cerca de 100 mil barris por dia aos Estados Unidos.

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