Ex-gerente da Petrobrás, Roberto Gonçalves entrou na crônica policial da Operação Lava-Jato como sucessor de Pedro Barusco no milionário esquema de pagamento de propinas ao PT na diretoria de Serviços da estatal.
Ele foi preso pela Polícia Federal depois que a Suíça enviou ao Brasil os dados das contas bancárias de propina. Ricardo Pessoa, empreiteiro da UTC, e Mario Goes, operador financeiro do esquema, disseram nas delações premiadas que pagaram propina para Gonçalves. Eles apresentaram aos investigadores documentos de quatro depósitos de 300.000 dólares feitos no exterior, a partir de uma conta em nome da offshore Mayana Trading, mantida por Goes.
Barusco, para quem não lembra, era aquele funcionário de segundo escalão na estatal que conseguiu reunir cerca de 100 milhões de dólares em propina no exterior. Gonçalves, por sua vez, levou para fora do país, segundo a Lava-Jato conseguiu descobrir, cerca de 5 milhões de dólares em dinheiro sujo.
Recentemente, o ministro Dias Toffoli acatou um pedido de Gonçalves e anulou todos os atos da Lava-Jato praticados pelo ex-juiz Sergio Moro contra o sucessor de Barusco no propinoduto da Petrobras.
Condenado a 17 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Gonçalves tentou derrubar no STF a prisão preventiva ordenada pela Lava-Jato. Em 2020, o ministro Edson Fachin, que comandava os casos da operação na Corte, rejeitou o recurso de Gonçalves.
Agora, ele finalmente venceu.