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Netanyahu cancela viagem ao Egito para cúpula que discutirá próximas etapas da paz em Gaza

Após circularem relatos de que Benjamin Netanyahu viajaria para a cidade egípcia de Sharm El-Sheikh nesta segunda-feira, 13, para participar da cúpula global que discutirá as próximas etapas da paz em Gaza, o gabinete do primeiro-ministro de Israel comunicou o cancelamento de sua ida devido ao feriado judaico de Shemini Atzeret e Simchat Torá, que começa nesta noite.

No comunicado, Netanyahu agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo convite e por seus “esforços para expandir o círculo da paz — paz através da força”. Ele não mencionou o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, que o convidou para a cúpula por telefone nesta segunda. Inicialmente, o premiê teria aceitado o convite para, segundo al-Sissi, “solidificar o acordo para encerrar a guerra em Gaza e reafirmar seu compromisso com ele”.

Cálculo político

Embora Bibi não seja religioso, é costume que o premiê israelense não viaje em feriados judaicos. Coalizões governamentais ruíram no passado devido a tensões entre religiosos e seculares, e ele conta com o apoio de legendas ultraortodoxas de extrema direita para manter-se no poder. Os ministros das Finanças, Bezazel Smotrich (Partido Sionista Religioso) e da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir (Poder Judaico) já tinham se oposto ao acordo de cessar-fogo e ameaçaram deixar sua coalizão.

A cúpula também poderia ter sido politicamente arriscada, visto que o líder israelense teria que se encontrar com Mahmoud Abbas. A direita israelense frequentemente critica o presidente da Autoridade Palestina (AP), que governa de forma limitada a Cisjordânia, por considerá-lo pouco superior ao Hamas. A presença de Abbas ocorre num contexto em que líderes regionais fazem pressão para que a AP esteja envolvida em um futuro governo de Gaza.

De acordo com o canal israelense Kan TV, Netanyahu cancelou a reunião devido a preocupações ostensivas com conflitos dentro de sua coalizão caso ele viajasse durante um feriado judaico. No entanto, o partido ultraortodoxo Judaísmo Unido afirmou não ter feito ameaças a esse respeito.

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Trump, que nesta manhã fez um discurso ao parlamento de Israel, o Knesset, para comemorar a libertação dos reféns mediante o cessar-fogo em Gaza, deve seguir viagem para o Egito e presidir, ao lado de al-Sissi, a “Cúpula Internacional da Paz”, que reunirá mais de vinte líderes mundiais. O Hamas não deve participar.

O governo egípcio afirmou esperar a presença do emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Ambos os países ajudaram a mediar o acordo de trégua entre Israel e Hamas, que entrou em vigor na manhã da última sexta-feira. Washington e Cairo também desempenharam papéis cruciais nas negociações. Outros convidados incluem os líderes da França, Reino Unido, Alemanha e Paquistão, bem como o secretário-geral das Nações Unidas, o presidente do Conselho Europeu e o chefe da Liga Árabe.

Futuro incerto

O fim dos combates e, nesta segunda, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, foram os passos iniciais de uma proposta para encerrar a guerra apresentada por Trump no final setembro. As próximas etapas de qualquer acordo entre Israel e o Hamas incluiriam questões mais complexas, sobre as quais os dois lados ainda não concordaram, incluindo a retirada total das forças israelenses de Gaza e a possibilidade de o Hamas entregar todas as suas armas.

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Ainda assim, as ruas de Sharm el-Sheikh estavam repletas de faixas e cartazes celebrando o “acordo para encerrar a guerra em Gaza”. Uma placa taxou a metrópole litorânea como a “Cidade da Paz”, uma referência ao seu papel em negociações de paz anteriores, incluindo uma cúpula de 2005 que pôs fim à revolta palestina conhecida como a Segunda Intifada.

O Egito espera reviver esse legado com uma cúpula que, segundo o gabinete de al-Sisi, “visa encerrar a guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços para trazer paz e estabilidade ao Oriente Médio e inaugurar uma nova fase de segurança e estabilidade regional”. Não está claro se um encontro tão breve poderia contribuir para avanços concretos em direção a um acordo final para encerrar a guerra, mas diplomatas disseram que as negociações entre líderes às margens do evento possam ser cruciais para moldar um eventual tratado.

Esperava-se que os líderes da França, Grã-Bretanha, Alemanha e Paquistão participassem da conferência, entre outros. O secretário-geral das Nações Unidas, o presidente do Conselho Europeu e o chefe da Liga Árabe também deveriam comparecer.

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